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Entrevista com Alessandra Brasileiro Ex-Cunhã Poranga do Garantido

12/05/2010, Rubens de Barros Alves, Colaborador de parintins.com

Caros leitores de parintins.com, sejam bem-vindos a mais uma entrevista, trago até vocês um pouco da trajetória vitoriosa e polêmica da ex-cunhã-poranga do Garantido (1998-2001), Alessandra Brasileiro, casada, 29 anos. Esbanjando simpatia e humildade, nos conta tudo sobre sua vida e bastidores do Festival.



Como você se tornou Cunhã-Poranga do Garantido?

"É uma longa história, minha família é do boi contrário, enquanto eu sou Garantido, na época comecei a fugir para ir ao boi, não sabia dançar e meus pais eram muito envolvidos do lado de lá, na época o presidente do boi era o José Walmir e um mês antes do festival foi até minha casa fazer um convite, na época tive medo mas aceitei e me apaixonei, minha família obviamente não gostou muito da idéia, mas meu pai acabou assinando a autorização na hora da entrada do bumbódromo, acabou que meu irmão e minha mãe se apaixonaram pelo Garantido também."

Qual foi sua maior emoção na arena?

"Essa é bem dificil de responder, sempre era entrar e sentir o rufar da batucada, isso me motivava e me mantia enlouquecida sem querer sair, o som cadenciado da batucada me inspirava, meu coração pulsava forte assim como o pulsar da batucada, eu via aquelas pessoas esperando a minha chegada, era muita cobrança mas valia muito a pena pois era tudo muito fantastico, o bom é que no final sempre recebia sorrisos e elogios."



O que acha do desempenho da atual Cunhã-Poranga Tatiane Barros?

"A considero muito empolgante na arena, cheia de garra e continua mantendo o item 9 campeão até hoje."

O que mudou na sua vida após sua passagem pelo Garantido?

"Antes eu não tinha fanatismo por nada, pouco conhecia da cultura, as lendas e danças do próprio lugar onde nasci, comecei a levantar bandeiras como da preservação, passei a dar mais valor ao trabalho em equipe, foram mudanças benéficas e necessárias."

O que aconteceu realmente entre verdades e mentiras entre você e o Presidente Fernando Henrique Cardoso?

"Muito se veiculou na mídia sobre o olhar dele e do então Governador Amazonino Mendes após uma apresentação dos bois em Parintins no ano 2000, mas a única verdade é que ele apenas me cumprimentou com um aperto de mão e disse que eu dançava muito bem, apenas isso, mas a foto deixava muito espaço pra comentários maldosos da imprensa, cheguei até a receber convites pra posar nua na Playboy e Sexy."



Fale um pouco sobre esses convites que recebeu das revistas.

"Na época logo após a foto cair na midia nacional e até internacional, recebi propostas das duas revistas (Playboy e Sexy) para posar nua, mas na época isso não me era atraente, eu era imatura e morava em uma cidade pequena e considerava que esse ato nada iria contribuir positivamente pro Festival de Parintins, até mesmo podendo aparentar que em Parintins o nu seria mais importante do que a manifestação cultural exuberante que existe lá, hoje sou uma pessoa bem mais resolvida do que naquela época, se esse convite me fosse feito antes do nascimento da minha filha eu até poderia aceitar (risos)."

Como você avalia as suas participações no Garantido?

"Nesse ponto não tenho modéstia, afinal foram quatro anos consecutivos de vitórias no item, quando entrava na arena era tomada pelo calor da galera e o rufar da batucada, era muito feliz e satisfeita, quando era item, o boi possuia uma estrutura mais precária, tanto no visual quanto no administrativo, me sentia responsável pelo conjunto da obra desde o desenho e concepção até confecção de alegorias e fantasias, sempre levei meu papel no boi muito a sério dentro e fora da arena."



O que sente ao ouvir a toada Rosa Vermelha ou alguma toada do item Cunhã-Poranga? Tem vontade de voltar?

"Sinto saudades dos tempos legais, mas não voltaria, dei minha contribuição a esse boi que amo e acredito que há garotas muito bonitas esperando apenas uma chance pra mostrar que podem ocupar esse lugar com garra e emoção."

E hoje em dia qual sua relação e da sua família com o boi?

"Minha mãe Mônica Brasileiro é da comissão de ética e já foi diretora social, meu irmão Rodrigo Brasileiro é batuqueiro da linha de frente em Parintins, fiz amigos verdadeiros la dentro, permaneço perdidamente apaixonada pelo boi, minha filha Isabela tem duas opções, ou ela ama o Garantido ou odeia boi (risos)."