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Bumbas investem nos seus futuros artistas

02/02/2006, Jornal A Crítica

Ela quer ser a sinhazinha, da Fazenda do boi, e ele deseja somente tocar na batucada. Rithyele Tavares, 12, e Felipe Monteverde, 8, formam a geração de futuros artistas dos bois Caprichoso e Garantido, na Ilha Tupinambarana. Ambos estão nas escolinhas de artes que são mantidas pelas Associações Folclóricas dos bumbás.

Eu estou na escolinha desde os cinco anos de idade. Lá, eu danço e desenho, diz a menina que freqüenta a Fundação Irmão Miguel de Pascalle, do azul e branco, e está no grupo das crianças atendidas pela AABB/Comunidade um projeto financiado com o apoio do Banco do Brasil.

Felipe já bate o tambor e mostra intimidade no manejo como xeque-xeque. Na nova escolinha quero pintar e aprender informática, diz o garoto que é assíduo da batucada mirim do boi da Baixa do São José. Juntos eles somam mais de mil crianças e adolescentes que estão sendo assistidos pelos projetos sociais.

O Caprichoso foi quem deu o primeiro passo instalando a escolinha em 1997. A Fundação Irmão Miguel recebe hoje mais 600 crianças que estudam em 23 oficinas. A escola do Garantido veio somente mais tarde e agora prepara aproximadamente 12 cursos para atender as necessidades da garotada.

No Caprichoso, o ano letivo de 2006, começa no dia 6 de março, a mesma data da rede pública de ensino. No lado vermelho, a escola ainda vai passar por adequações para começar as aulas no mês de abril.

Convênio

Na semana passada, os presidentes Vicente de Matos, do Garantido, e Carmona Oliveira, do Caprichoso, celebraram convênio com o Conselho de Desenvolvimento Humano do Amazonas CDH para a liberação de recursos da ordem de R$250 mil, para cada agremiação folclórica. A verba servirá para manter as escolinhas de artes funcionando ano inteiro.

Antes, os grupos folclóricos retiravam do dinheiro destinado ao boi de arena os recursos para os projetos sociais. Esta semana, uma técnica do CDH esteve por dois dias em Parintins, trabalhando a parceria com os bois e que terá o caráter de inclusão social, qualificação e geração de renda.

Dentre as oficinas oferecidas, estão as artes plásticas, cênicas, artesanais, dança, violão, teclado, desenho, pintura e de esportes, mantendo-os ocupados. Ela vai continuar na escolinha. É uma maneira de manter as crianças sempre em atividade, comenta a mãe de Rithyele, RoseTavares.