07/02/2006, Loredana Kotinski / Jornal A Crítica
Esqueça a rivalidade entre Caprichoso e Garantido. Dessa vez, artistas dos bois uniram-se em prol de uma boa causa: a sobrevivência do ritmo de boi-bumbá no mercado da música comercial. Sazonal demais e com foco muito direcionado para o público regional esse gênero musical acaba condenando seus cantores a trabalhos apenas esporádicos e poucos são os que conseguem deslanchar na carreira artística além-floresta amazônica.
Foi dele a iniciativa de criar o projeto Meu ritmo, meu orgulho que está patrocinando a gravação de discos solo de 16 artistas e grupos locais. Todos com toadas. O objetivo é audacioso: fazer do ritmo de boi-bumbá algo tão popular e brasileiro como é hoje o axé music, que nasceu na Bahia.
Mas eles se baseiam em experiências bem sucedidas para apostar nessa nova investida. Foi assim que houve essa febre do forró: um empresário financiou a gravação de discos de várias bandas e colocou tudo no mercado de uma vez só. E deu certo, argumenta o também cantor Klinger Araújo.
Os cantores Klinger Araújo, Arlindo Jr. e o grupo Canto da Mata estão com seus discos prontos. Serão os três primeiros a colocar seus CD´s no mercado. Todos eles mesclam toadas antigas e novas, parte com o boi-bumbá de raiz e o restante mais comercial.
Os trabalhos chegam às lojas de Manaus na noite de sexta-feira, ao preço médio de R$ 18. Nesse primeiro momento foram feitas três mil cópias de cada CD. Eles foram gravados no estúdio Amazonas Arts, de Arlindo Jr., em parceria com músicos e compositores. Até o momento o projeto conseguiu garantir apoio da Rede Calderaro de Comunicação RCC.