A avaliação do presidente do Garantido, Antônio Andrade, de que a disputa entre o Movimento Amigos do Garantido (MAG) e Movimento Marujada (MM) pelo público manauense poderá acabar com os ensaios dos bumbás em Manaus não encontrou ecos nas fileiras do Caprichoso. Andrade afirma que a distribuição de ingressos está prejudicando a renda dos eventos, que são realizados em Manaus justamente para reforçar os orçamentos dos bois em Parintins.
A presidente do MM, Roselene Medeiros, por exemplo, discorda que haja uma disputa entre os movimentos pelo público local com a prática de derrame de ingressos para lotar os ensaios.
Continuamos distribuindo os mesmos 3 mil ingressos por sábado, como fazemos há alguns anos. Esses convites vão para os veículos de comunicação, para os órgãos públicos, patrocinadores e associados, explica.
De acordo com Roselene, desde o início da temporada 2002 de ensaios o MM defende que existe público para os dois bois. Ela revela, porém, que houve uma queda no faturamento do Bar do Boi da ordem de 10% a 15% em relação ao ano passado.
Mas esse pessoal faz parte da torcida do Garantido que freqüentava o nosso curral. Com os dois eventos no sábado ocorreu uma migração desse público, mas isso já era previsto, comenta.
Na opinião de Roselene, é desnecessário entrar em negociação sobre o assunto pois
cada movimento trabalha da forma que acha melhor.
Fazemos os nossos eventos e nem procuramos saber o que está acontecendo no curral do contrário, disse.
Para o presidente do Caprichoso, Dodozinho Carvalho, não há o que negociar com relação aos ensaios em Manaus. Ele conta que os números do Bar do Boi são satisfatórios e que a meta é alcançar uma arrecadação de R$ 500 mil até o fim da temporada.
Enfrentamos uma queda de público no início, mas isso aconteceu porque a temporada começou muito cedo, em virtude de o Carnaval ter sido realizado mais cedo também. Hoje, depois do lançamento do CD oficial, estamos registrando uma média de público crescente e a perspectiva é de que a situação melhore ainda mais com a proximidade do festival, assegura Carvalho.
O presidente do bumbá azul e branco concorda com Andrade no que se refere ao papel dos movimentos em Manaus.
Eles realmente trabalham para divulgar as toadas e a festa de Parintins na capital, mas também funcionam para arrecadar dinheiro para os bumbás. Se o MAG está realmente conseguindo manter uma média de 12 mil pessoas por evento, não sei do que o Antônio está reclamando. Com esse público, eles devem estar com os cofres cheios de dinheiro, ressaltou