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Bumbá faz oficina de arte cênica

13/05/2002, Jornal A Crítica

O boi é um grande teatro ao ar livre, uma ópera de caboclos que reúne em só espetáculo a arte, a magia e a garra de centenas de pessoas que centralizam suas energia em torno da evolução na arena. São atores anônimos, gente que nunca sentou em um banco de escola para estudar teatro, música ou artes plásticas, mas aprenderam a representar e incorporar os personagens lendários no maior laboratório de teatro do mundo, que é o Festival Folclórico de Parintins.

E para tornar o espetáculo ainda mais envolvente, o boi Caprichoso está desenvolvendo uma oficina voltada para a arte cênica de arena, a representação teatral que será reproduzida nas apresentações em 28, 29 e 30 de junho. Ao comando de Ray Santos, membro do conselho de arte, a oficina pretende preparar os brincantes para as encenações que vão dar o toque de realismo às alegorias, figuras típicas e aos quadros formados para a evolução do boi de arena.

Segundo Ray Santos, o Caprichoso finaliza todo um trabalho que começou há dez anos com o professor Camilo Ramos e a técnica Socorro Lopes, os primeiros a encenar personagens da brincadeira de boi-bumbá. Será a primeira oficina específica para o desenvolvimento do boi de arena. Isso é resultado de pesquisa elaborada no melhor laboratório do mundo, que é Festival Folclórico de Parintins, assinalou.

Estarão envolvidas no projeto pessoas que já tiveram experiência com a cênica dentro do bumbódromo e aquelas interessadas em fazer parte do trabalho. A idéia é formar um elenco fixo de parintinenses, com disposição para trabalhar dentro da arena.

Ele explica que a oficina terá 45 horas de duração e não há limite de idade e nem um perfil definido. A partir dos 7 até 60 anos, todos podem participar, desde que goste do boi, tenha disposição ou autorização dos pais, em casos de menores. Do elenco do boi já fazem parte crianças e até idosos com mais de 60 anos.

Ray Santos disse que não há em Parintins profissionais com especialização em arte cênica, mas apesar disso o parintinense tem um vasto conhecimento e o principal elemento que é a experiência de apresentações em grandes espetáculos no bumbódromo. Não existe outro festival igual ao nosso. Talvez por isso, Parintins tenha pessoas únicas na arte de fazer esse tipo de teatro, lembrou.

Para Santos, se houver um retrocesso no tempo, se observa que a própria brincadeira do boi é um auto, precisava de arte cênica e Parintins registra a evolução do boi também com a teatralização, embora tudo isso tenha sido feito de forma inconsciente. Hoje, o boi paga pessoas de Parintins para trabalhar com essa finalidade.

Este ano, o Caprichoso quer oficializar esse trabalho com a oficina que vai preparar profissionais para os próximos festivais. Segundo Ray, o grande ensaio acontecerá na arena nos dias 28, 29 e 30 de junho.