16/04/2006, Bruno Padilha
Com suas tradicionais roupas azuis e brancas, em estilo marinheiro, a Marujada de Guerra foi a grande atração do 3º ensaio do bumbá Caprichoso rumo ao título do Festival de Parintins.
Marujada de Guerra é o nome dado ao conjunto de ritmistas do Boi Bumbá Caprichoso. A escolha do nome foi uma homenagem aos marujos do Brasil e de várias partes do mundo que aportavam em Parintins e muitos deles - principalmente os da Marinha do Brasil - que executavam serviços sociais às populações ribeirinhas das margens do Baixo Amazonas.
Na noite da Marujada de Guerra, o Movimento Marujada e o Boi-Bumbá Caprichoso resgataram uma dívida de dezenas de anos com a Marinha, convidando à Banda dos Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil para tocarem, acompanhados da Marujada de Guerra, seis toadas do Bumbá Caprichoso, dentro do Bar do Boi. Os shows musicais ficaram por conta do Furacão, Klinger Araújo, Raiff Matos, Junior Paulain, Prince do Boi, Canto da Mata e Renato Freitas que retorna ao Bar do Boi, após problemas de saúde.
A 1ª toada escrita em homenagem à Marujada de Guerra data de 1947 foi composta por Raimundinho Dutra. Chamava-se "Pirilampos" e dizia assim:
Morena, vem ver
Caprichoso brincar
Vem ver, vem ver
Nossa turma abafarOs pirilampos
Iluminando a vaqueirada
A lua no céu
Saudando a Marujada
Vem ver, vem, ver
Em 1948, ele compôs "Campeão da Terra"
Boi Caprichoso
Boi Campeão da terra
Sua Marujada é de guerra
Por isso é considerado
Em toda batalha é vencedor
Na ilha Tupinambarana
É o rei, sim, senhor
Em 1949, ele fez "Marujo bom de guerra"
Na minha fazenda
Só tem gado escolhido
Tem vaqueiro destemido
E marujo bom de guerra
Eu quero ver, boi contrário agora
Boi Caprichoso só resolve na hora.
Veja aqui algumas imagens da festa do último sábado: