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Cabana do Boi resgata brincadeira

13/05/2002, Jornal A Crítica

Preservar a identidade histórica do boi Caprichoso, a trajetória de seus personagens, a memória cultural do povo parintinense. Definitivamente, a Cabana do Boi, inaugurada em Parintins (a 325 quilômetros de Manaus), na última sexta-feira, é o resgate da essência da brincadeira de boi-bumbá. No primeiro dia de apresentação ao público, a Cabana reuniu na sede social parintinenses e estrangeiros que foram conhecer a exposição que destacou o primeiro tuxaua boi, José Monteiro de Souza, Zeca Xibelão e a dona Vivência, a mais tradicional merendeira da ilha.

A réplica do capacete de Xibelão, a exaltação a Nossa Senhora do Carmo, foi o sucesso da exposição que coleciona peças de valor histórico para Parintins e para o Caprichoso. A irmã de Xibelão, Luíza Monteiro, estava emocionada com a homenagem. Estou feliz com esse trabalho que o Caprichoso realiza, valorizando quem fez parte da história, ressaltou. O capacete foi confeccionado por Otávio Muniz, ajudante de Xibelão. O primeiro tuxaua do Caprichoso ganhou o apelido (Xibelão) do bispo dom Arcângelo Cérqua, por ter um rosto arredondado, com a aparência de quem se alimenta de xibé, alimento preparado à base de farinha de mandioca.

Dona Vivência, também foi alvo das homenagens, espalhava simpatia distribuindo aos visitantes o delicioso mingau. Durante 46 anos, dona Vivência estava todas as tardes no cais do Porto de Parintins, com a sua “banca” vendendo o mungunzá.

Dona Isolina Gonzaga, 101, também era uma das convidadas da Cabana. A esposa de Luiz Gonzaga está presente em todas as atividades culturais que o Caprichoso realiza em Parintins. Lúcida e bem disposta, dona Isolina guarda na memória fatos importantes que marcaram a história do boi de Parintins.

O diretor-administrativo do Caprichoso, Carmona Oliveira, destacou o empenho da equipe coordenada por Odinéa Andrade e Elisandra Cid, que apesar de todas as dificuldades conseguiu levar o projeto adiante. O Caprichoso está de parabéns por mostrar que é possível resgatar a sua identidade cultural, disse.

Vários personagens que contribuíram ao longo da história do Caprichoso, estavam presentes na inauguração da Cabana, como Acinelcio Vieira, padrinho do boi; João do Carmo de Jesus, o Careca; Veramilton Almeida e Simão Assayag. O levantador de toadas do boi Caprichoso, Robson Júnior, marcou presença na Cabana.

Em destaque também estavam as peças colecionadas pela coordenação da cabana. Outro momento que valorizou a arte e a moda parintinense, foi a exposição da coleção Verzul, que utiliza sementes e fibras da região na confecção de peças do vestuário parintinense.

Que foi à Cabana recebeu revistas e folders dos contadores de histórias, pessoas que vivenciaram momentos marcantes do boi e guardam fatos interessantes que vale à pena serem divulgados. O Objetivo da Cabana também é valorizar o conhecimento de quem tem algo a acrescentar sobre a tradição do povo de Parintins.

Para dar um toque de saudosismo à exposição, a apresentação de um show dos Veteranos do Boi foi uma atração à parte. Cantando as toadas antigas do boi Caprichoso, o grupo comandado por José Maria Valente e João Batista Monteverde reviveu o boi tradição. Mesmo formado, na sua maioria, por torcedores do vermelho e branco, o grupo mostrou que a cultura está acima das paixões.

Os turistas que assistiram ao show do Caprichoso e estiveram na inauguração da Cabana, se mostravam entusiasmados e dançaram boi-bumbá com muita descontração. No próximo final de semana, a homenageada será a costureira Ednelza Cid, avó da ex-sinhazinha da fazenda, Karina Cid.