17/05/2006, Jonas Santos/A Crítica
São três meses de preparo até as apresentações no festival, de 30 de junho a 2 de julho
Parintins, Am- As tribos irão literalmente invadir a arena do bumbódromo. Se nos outros festivais o apelo às causas indígenas já era massificada, nesse ano promete ser ainda mais ostensivo. Basta observar o tema que Garantido e Caprichoso trabalham no projeto boi de arena. Terra, a grande maloca , no vermelho, e Amazônia, solo sagrado , no azul, serão abordagens diretas em atos montados para as três noites de espetáculo.
Os bois falam em tribão, que é o grupo que puxa as demais tribos. E no ritual indígena que também é tão apoteótico, os novos discos de toadas sugerem que nas aparições os pajés irão abalar. E irão abalar mesmo , confessa o coordenador de coreografias do Caprichoso Jair Almeida.
No Garantido, o ritual sempre foi um ponto forte. Basta lembrar um homem voador que mexeu com o bumbódromo , avisa Hélio Siqueira, um dos coordenadores de cênica do bumbá.
Os ensaios das tribos acontecem diariamente nos currais. A proposta é trabalhar as cênicas durante a evolução dos grandes momentos do Festival Folclórico de Parintins. De acordo com o regulamento da festa, cada boi terá que apresentar entre sete a onze tribos, por noite. Os trabalhos começam em abril. E a cênica para o espetáculo é feita de acordo com as orientações do que acontecerá no ritual indígena , comenta Jair. As observações são feitas pelo Conselho de Artes do boi, formado por nove pessoas.
No Garantido, todo esse preparo das dramatizações, até o ponto alto do objetivo da peça, é coordenado pela Comissão de artes, dirigida pelo teatrólogo Chico Cardoso. O ritual passou a ser um momento tão importante dentre o julgamento dos demais itens que chega a ter o mesmo peso que a aparição do próprio boi.