24/05/2006, Amazonas Em Tempo
Se depender da garra da cunhã-poranga Isabel Souza, 22, o título do 41º Festival Folclórico de Parintins, programado para as noites de 30 de junho, 1º e 2 de julho, na arena do Bumbódromo, irá para a nação azul e branca. Isabel está vivendo dias de expectativa e já começou a contagem regressiva para a disputa.
Ela diz que está unida aos outros itens e que o clima entre todos os artistas nos bastidores da maior festa folclórica da Amazônia Brasileira, é dos melhores Minha expectativa é muito grande e estamos nos preparando. É o meu segundo ano, vou defender as cores azul e branca com toda a garra do mundo. Vou fazer de tudo para vencer pelo meu item.
Pelo clima que vive com o grupo de artistas e itens do boi, Isabel tem certeza que, esse ano o Caprichoso vai ser campeão. O boi está muito bonito, muito grande e estamos aí, não só eu, mas todos os outros itens estão se preparando, participando das festas e ensaios em Parintins e Manaus.
A cunhã confirmou presença na festa que os artistas do azul assinam neste sábado, no curral Zeca Xibelão. No sábado estarei na festa dos artistas. Apesar de, praticamente todas as semanas eu viajar para Manaus, faço de tudo para retornar a Parintins o mais breve possível, pois nessa etapa pré-festival eu jamais posso ficar longe daqui.
Ao avaliar o ritmo dos trabalhos de galpões e dos itens que se preparam para a disputa com o boi contrário, Isabel Souza diz que, até agora está tudo bem. Espero que os trabalhos sigam nesse ritmo.
Malhação
Nas últimas semanas ela se manteve afastada da malhação, mas volta amanhã à academia para retomar a forma. Bom, eu estava parada com a ginástica. Agora, vou voltar a malhar na sexta-feira. Faço academia as vezes no horário da manhã, as vezes no horário da tarde ou à noite, depende do tempo disponível, comenta.
Nos ensaios de coreografias ela recebe o apoio de Jair Almeida. O responsável pelas coreografias da cunhã-poranga é o coreógrafo Jair Almeida. São mais pela parte da manhã. As coreografias são diferentes de anos anteriores porque são outras toadas e, a cada noite, vou apresentar uma coreografia diferente. Não são fáceis. Temos que nos preparar bastante para fazer bonito na arena do Bumbódromo, reconhece.
As fantasias que a cunhã usará nas três noites do festival são de responsabilidade do artista Emerson Brasil, mas Isabel diz que prefere não comentar sobre as roupas. Detalhes ficam por aí, porque todo esse trabalho é sigiloso, e vai surpreender a todos, destaca.
Vida de galpão
Isabel vem de uma geração de auxiliares de artistas, que nos últimos anos, atuou com artistas de ponta do bumbá da estrela na testa. Durante dois anos trabalhei no galpão do boi como aderecista e ajudava com colagem, pintura e outros materiais. No primeiro ano, trabalhei na equipe do Juarez Lima, no segundo, com o Elton Campos, lembra.
Acostumada à vida de galpão, diz que hoje estou todos os dias no galpão do boi Caprichoso como cunhã-poranga e eu observo que mudou muita coisa. Naquela época, eu pegava na cola, na tinta e vários materiais usados na confecção de adereços, e hoje todos falam comigo, conversam, dão apoio para que tenha garra na apresentação do item.
Ela diz que a retribuição é a humildade. Continuo sendo aquela pessoa humilde de sempre, simples e disposta a colaborar com qualquer coisa. A única coisa que mudei foi de função. Passei de aderecista a cunhã-poranga, um sonho que mantive desde criança, mas não acreditava que um dia chegaria lá, até que chegou o concurso para a escolha do item e eu me inscrevi e me tornei a índia mais bela da aldeia, sorri.