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Professores de Parintins entram em greve por melhores salários

05/06/2006, Jonas Santos/A Crítica

Os professores do Município de Parintins entraram em greve ontem. Eles reivindicam 100% de reajuste salarial, com perdas retroativas dos últimos sete anos. Com cartazes, faixas e carros de som, 400 educadores foram para as ruas protestar. A paralisação, que não obteve adesão total, compromete as aulas de parte dos 19 mil alunos dos ensinos fundamental e infantil.

A presidente do Sindicato dos Profissionais e Trabalhadores em Educação do Município Sitempin, Leonor Ferreira, diz que os salários estão defasados e que o prefeito Bi Garcia PSDB recusa-se a debater o assunto. Levamos a questão por várias vezes até para uma audiência na Câmara, mas ele não mandou representante. De acordo com Leonor, um professor com o curso do magistério, em Parintins, recebe menos que um salário mínimo, que é de R$ 350. Para quem tem curso superior, o salário não chega a R$ 500.

Ele o prefeito disse que deu aumento. A graduação é uma promoção que o professor tem direito. Não se trata neste caso de reajuste, mas de uma troca de níveis, questiona. A presidente da entidade diz ainda que a prefeitura não vem cumprindo com o repasse de 60% dos recursos do Fundo de Desenvolvimento de Valorização do Ensino Fundamental Fundef, destinado ao pagamento dos professores. Ela diz que o município arrecada desse fundo R$ 1 milhão por mês.

Os professores queixam-se também que a situação das escolas municipais é de total abandono. Na zona rural, as crianças estudam em barracão de palha, como ocorre na comunidade do Maranhão. O prefeito Bi Garcia diz que não dará o aumento requerido pela categoria. Eu não posso pagar uma dívida de sete anos de atraso com um ano e meio de governo. O aumento que eu vou dar é do nosso governo. É preciso responsabilidade nos atos para que não comprometa o bom andamento da administração, argumenta.

O prefeito informa ainda que já deu abono de R$ 1,5 mil no ano passado. A prefeitura fez o reenquadramento daqueles que iniciaram no ensino médio e passaram a ganhar como professor com graduação. Só aí, foi um aumento de R$ 60 mil na folha de pagamento.