Parceiros:

» Criação de Sites

» Criação de Sites em Manaus

» Site Manaus





Siga ParintinsCom no Twitter

Vazante traz alívio para quem teve pousadas inundadas

13/06/2006, Peta Cid, direto de Parintins

Parintins AM- O ciclo das águas cantado nas toadas de boi-bumbá é o que move a vida do caboclo de Parintins. Mas este ano, ninguém podia prever que as águas do Rio Amazonas atingiriam níveis preocupantes, podendo comprometer a hospedagem de personalidades que visitam a ilha no Festival Folclórico e preferem o aconchego de pousadas localizadas na região dos lagos.

Depois do susto, o alento chegou. O nível das águas baixou sete centímetros em uma semana, trazendo tranqüilidade aos proprietários de hotéis, pousadas e balneários localizados à margem dos lagos Aninga, Parananema e Macurany, que tiveram suas propriedades atingidas pela enchente. A cota máxima em Parintins foi de 8m82cm, mas ontem a régua controlada pela Agência da Fluvial da Capitania dos Portos confirmou o início da vazante com a marca registrando 8m,73cm.

No Resort Palafitas do Lago, localizado em uma exótica ilha no lago do Parananema, as águas chegaram a inundar parte dos chalés e das piscinas. Com a descida das águas, o proprietário Fernando Lima, o Boré, coordena pessoalmente os trabalhos de limpeza de toda a área que está sendo preparada para receber turistas no Festival. Ele informou que as águas baixaram quase 15 centímetros na região do Parananema. Os chalés atingidos já estão sendo limpos, nós estamos com uma equipe trabalhando direto e está tudo bem agora, disse aliviado, acreditando que dentro de mais uma semana o Palafitas estará pronto. Boré acredita que apenas dois trapiches construídos em áreas mais baixas, devam demorar para sair do fundo. No entanto, não haverá prejuízos maiores.

O empresário ainda não sabe quem serão os hóspedes neste ano. No ano passado, a comitiva do governador Eduardo Braga ficou hospedada no hotel. O empresário tem um contrato de três anos com uma agência de turismo que traz os convidados. O Resort Palafitas tem capacidade para trinta pessoas, possui nove chalés, dos quais quatro são palafitas construídas na margem do Parananema, um deleite para quem gosta do convívio com a natureza, depois da ebulição da festa do boi.

No Porto de Parintins, a enchente também deu uma trégua. Há duas semanas, a passarela de acesso às pontes móveis estava coberta pela água, mas hoje, a imagem é bem diferente. Com a vazante, o acesso já é possível sem molhar os pés.

O Píer do Balneário Cantagalo na comunidade do Aninga, um dos pontos turísticos e de lazer de Parintins que havia tragado pela enchente começa aos poucos a ressurgir. O local será um dos pontos mais visitados e foi construído para ser uma das opções neste Festival para quem gosta de expulsar o calor banhando-se nos lagos.

Na ilha, há uma relação homem/ água bem explícita. A água que expulsou os ribeirinhos dos beiradões em Parintins é a mesma que daqui pra frente vai trazer fertilidade para o solo das várzeas. Essa relação também entra no cenário da festa, mostrada pelos bois em plena arena. Eles contam, por exemplo, que é na descida das águas que ocorrem plantios de culturas como milho, arroz e milho e juta, que sustentam a vida dos caboclos. Além do mais, a água de Parintins enfeitiça, como diz no velho ditado- Quem beber água do Macurany sempre volta aqui. Diz a crença, que é na enchente que a beleza natural dos lagos e igarapés da ilha apaixona os visitantes.