Último ensaio em Manaus reúne 20 mil
25/06/2006, Jornal A Crítica
Os bumbás Caprichoso e Garantido esqueceram a rivalidade na noite de sábado e dividiram o palco do Centro de Convenções em uma festa de despedida que reuniu aproximadamente 20 mil pessoas.
A festa iniciou por volta das 21h e, através de um acordo das diretorias dos bumbás, o Caprichoso, que chega a Parintins na terça-feira, foi o primeiro a se apresentar. O compasso do dois-pra-lá e dois-pra-cá contagiou torcedores tanto do boi vermelho quanto azul.
A mistira das cores dos dois bois, que se revezaram no palco, tomou conta do local unindo as torcidas em comemoração que permitia o embalo ao som das toadas dos bois adversários. Garantido subiu ao palco à 1h, com a apresentação do amo do boi, Tony Medeiros, que levou a galera ao delírio.
O Caprchoso fechou a noite no Sambódromo com apresentação do levantador de toadas, Arlindo Jr. que às 5h30 desceu do palco com a Marujada. Ele encerrou a festa ao lado dos brincantes que, mesmo após o som ser cortado, ainda dançavam incansáveis ao som da voz do cantor. Cerca de 800 pessoas que trabalhavam durante todo o ano na divulgação e realização do festival devem chegar à ilha entra terça e quarta-feira.
Segundo o diretor da força Azul e Branca FAB, Geraldo Magela, a última noite de apresentação dos dois bois aconteceu de forma hamônica. Ele analisa que as novas coreografias apresentadas aos movimentos estão cativando e aproximando as torcidas. Magela ressalta que a tendência é um entrosamento ainda maior entre os amantes dos bois, uma vez que, segundo ele, não há rivalidades em Manaus.
O último ensaio foi fantástico, isso prova que está havendo um amadurecimento de participação folclórica. Houve harmonia de movimentos entre os dois bois e o desafio feito pelos puxadores foi saudável, e não houve desentendimentos. Rivalidade mesmo, só em Parintins.
Paixão
Apaixonado pelos dois bombás, o aposentado José Batista, 48, diz que toda sua família está dividida entre os bois, porém da forma harmoniosa. Ele acredita que a rivalidade é cultivada somente na arena e durante o festival. É uma bela festa que envolve a todos e retrata a cultura do nosso povo, ressalta ele.
