Diretoria entrará com mandado de segurança
31/05/2002, Jornal A Crítica
A diretoria do boi Garantido em Parintins vai entrar com um mandado de segurança temporário no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJA) a fim de assegurar a realização de uma próxima assembléia geral, que está sendo convocada para o dia 11 de junho. A reunião que deveria ocorrer na quinta-feira, 30, foi cancelada por força de medida liminar concedida pelo juiz de direito Hugo Levy, acatando pedido de sócios da associação folclórica.
O presidente do boi vermelho e branco, Antônio Andrade, informou que a próxima assembléia será para discutir os mesmos assuntos pautados no primeiro edital. Ele propõe que a partir do ano que vem os sócios escolham pelo voto direito apenas o presidente e o vice-presidente do boi, enquanto que os demais diretores sejam nomeados ou exonerados por decisão do próprio presidente.
Mesmo com a liminar, reuni e conversei com os sócios naquele dia para explicar os motivos e as melhorias que as mudanças no estatuto irão trazer ao boi, disse Andrade. De acordo com o presidente, dois dos três sócios que apresentaram à Justiça de Parintins pedido para suspender a assembléia geral, se arrependeram por desconhecer a finalidade da convocação.
Raimundo Monteverde, Ismael Teixeira e Adson Souza entraram com pedido de liminar alegando descumprimento de prazos legais estabelecidos no estatuto do bumbá, que foi acatado pelo juiz Hugo Levy. Nada disso aconteceu. O estatuto reza dez dias para baixar o edital. Cumprimos todos os prazos, inclusive até prorrogamos a assembléia dois dias antes da sua realização, que seria no domingo, para o feriado de quinta-feira. Foram, portanto, 17 dias, questionou Andrade.
O presidente do Garantido ressaltou ainda que a decisão do juiz Hugo Levy foi proposital, com a finalidade apenas de prejudicar o boi da baixa de São José. O Garantido é uma associação e tem seus fóruns de decisões, disse, indignado.
No dia 3 de junho, na próxima segunda-feira, o Garantido entra com mandado de segurança no TJA e vai também apresentar à Corregedoria de Justiça denúncia contra o juiz Hugo Levy, por meio de agravo de instrumento, alegando que o magistrado teria que se julgar suspeito para decidir sobre a realização da assembléia geral por ser torcedor declarado e compositor do boi Caprichoso.