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Parintins para o sul ver

16/01/2007, Diário do Amazonas

Treze artistas de Parintins estão em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, preparando os espetáculos que serão apresentados na Feira Nacional do Vinho Fenavinho Brasil, que acontece na cidade todos os fins de semana entre 26 de janeiro e 20 de fevereiro.

Coordenados por Antônio Cansanção, que trabalha para o boi-bumbá Garantido, o grupo de artistas - que inclui membros do azul e do vermelho - trabalha desde o início de outubro para aprontar as alegorias e coreografias que vão contar a história do vinho, vindo desde os tempos de Adão e Eva até os dias atuais. A direção da Fenavinho resolveu recolocar os carros alegóricos e decidiu que seriam inspirados no estilo de Parintins, com coisas que valorizassem o folclore, porque a cidade tem uma tradição muito rica, explica Antônio.

Para isso, além do trabalho coreográfico, o grupo está desenvolvendo um grande palco principal que vai ficar na arena por toda a apresentação, além de 20 peças alegóricas deslocáveis. São alegorias com todo o encanto, movimento e graciosidade que apresentamos em Parintins, revela Cansanção.

O palco principal vai inicialmente caracterizar o Éden, com uma grande parreira no centro. É nesse espaço que vão surgir os carros alegóricos contando a história do vinho, desde Gênesis, passando pelo homem primitivo que descobriu a uva fermentada, pela arca de Noé, pelos egípcios, gregos e romanos e seguindo para a Idade Média, com os monges beneditinos criadores do champanhe. A festa vai mostrar também o vinho na Idade Moderna, com a negociação do produto durante a Revolução Francesa, e as pragas nas plantações européias, que levaram à migração, culminando na colonização de Bento Gonçalves. Nesse momento, o cenário muda para mostrar a cidade como está hoje. Tudo isso preenchido com projeções em telão para contextualizar as cenas e com todos os elementos próprios dos nossos espetáculos, como fogos de artifício, sonoplastia e iluminação. Além disso, as coreografias não são exatamente as típicas da colônia, mas as relacionadas aos momentos históricos apresentados, adianta o coordenador.

Depois de artistas parintinenses mostrarem seu talento em escolas de samba do Rio de Janeiro e São Paulo, Antônio comemora a oportunidade de revelar ao sul do País o que se produz no Amazonas. Para nós é um reconhecimento de que não é uma brincadeira de agremiação de comunidade, mas uma profissão. Quando saímos de Parintins é que vemos a força da nossa técnica, a força do que fazemos. As pessoas ficam maravilhadas com nosso trabalho, conclui.