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Artistas com mais liberdade

05/06/2002, Jornal A Crítica

Quem visita os galpões de alegorias do boi Caprichoso se surpreende com a grandiosidade dos trabalhos que estão sendo desenvolvidos pelo grupo de artistas do azul e branco.

Alegoria do Garantido em 2001.



Empolgados com o novo conceito de criação das estruturas adotado pelo conselho de artes, os artistas dão asas à imaginação para criar as mais fantásticas e surpreendentes alegorias que serão mostradas no 37º Festival Folclórico de Parintins.

A liberdade dada aos artistas proporcionou um novo impulso aos trabalhos, as estruturas de monobloco foram substituídas por cenários, o volume das alegorias cresceu dando um visual muito mais rico para as apresentações do boi na arena. Com tanta disposição para o trabalho, o resultado não poderia ser diferente e pela primeira vez, no início do mês de junho, o boi já está com mais de 70% dos trabalhos concluídos.

Estamos felizes com a nova concepção adotada pelo boi. Os artistas passaram a ter mais liberdade na criação das alegorias, todos estão mais à vontade e isso é muito importante, ressaltou o artista Jairzinho Mendes.

A nova dinâmica não só contribuiu para a elaboração do boi de arena, mas para a união dos artistas dentro dos galpões. Na avaliação de Mendes, o acompanhamento dos trabalhos pelo conselho de artes tem sido fundamental para o trabalhos dos artistas

Jairzinho faz mistério sobre as estruturas, os movimentos, a forma das apresentações, mas admite que o Caprichoso terá grandes momentos, com trabalhos que poderão até superar a majestosa montanha apresentada no ano de 99, quando as rochas ganharam vida no Bumbódromo fazendo a galera chegar ao delírio.

Outro artista que não mede elogios à nova dinâmica de trabalho é Oséas Bentes. Estamos trabalhando com muita tranqüilidade, fazendo o que nunca aconteceu antes. Chegar nesta época e já estar com quase tudo pronto, comentou.

No entendimento do artista, a liberdade de criação trouxe como resultado uma superprodução para o boi de arena, o que causa euforia em todos que trabalham nos galpões. Temos um objetivo que é ir para o Bumbódromo e fazer uma apresentação para vencer o Festival. Se a disputa for honesta, temos certeza que vamos levar o título, assegurou.

Karu Carvalho, concentrado nas lendas e nas alegorias para os itens individuais, explica que o Caprichoso será um boi crescente dentro da arena. Ele enfatiza que até mesmo a diretoria do bumbá ficou surpresa com o rendimento dos trabalhos. Estamos com o pé no chão finalizando um espetáculo que promete ser grandioso. Tudo isso graças à união da diretoria e o apoio do conselho de artes, afirma. Considerado veterano na arte de fazer alegorias, Karu diz que o boi de 2002 tende para o lado da magia, deixando de lado estruturas muito pesadas, para dar lugar á leveza, a um toque mais de suavidade.

No segundo ano atuando como artista de ponta do Caprichoso, Ito Teixeira também comunga da opinião que a liberdade conquistada pelos artistas do boi vai, sem dúvida, fazer a diferença na arena. O novo sistema de trabalho adotado com as equipes também foi importante para dar agilidade, o boi cresceu e se desenvolveu de forma mais rápida. Estamos no início de junho, no termômetro do Festival e tem artista que já está na fase de acabamento, adiantou. Na opinião de Teixeira o fato de deixar o artista livre, faz com que ele pense mais, crie algo novo, caminhe por tendências diferentes até chegar naquilo que ele considera ideal. Ele lembra também que as toadas ofereceram conteúdo ao artista e os compositores apresentaram com antecedência farto material para ser trabalhado. Segundo Ito, Quando o artista que trabalha cedo, com tempo para reavaliação, consegue fazer um trabalho com mais segurança e o produto final será melhor. É uma idéia engolindo a outra. Quando a gente pensa que uma está boa, vem outra muito melhor. E nós estamos acreditando muito nisso, enfatiza.