O Sambódromo de Manaus ficou pequeno para o público que prestigiou o terceiro Bar do Boi Caprichoso, no último sábado. Seguindo a temática tribal em homenagem ao Dia do Índio, comemorado no próximo dia 19 de abril, o evento teve a participação de etnias indígenas que apresentaram um pouco de sua cultura ao público presente, por meio de seu artesanato e pintura.
A Marujada antecipou as comemorações do Dia do Índio com o Bar do Boi Tribal para homenagear os indígenas, ressaltando a grande relevância da participação dos mesmos durante o Festival de Parintins, seja nos rituais, nas batidas ou nas toadas. O cacique Luiz Sateré , coordenador da entidade Waikiru, foi convidado para participar da festa e estava maravilhado com o evento. Segundo o cacique, a entidade aceitou prontamente o convite do bumbá para a sua participação, pois considera que poucas vezes os bumb
ás trouxeram os indígenas à frente do espetáculo.
- É um direito nosso, por isso estamos aqui. Viemos mostrar nossa cultura viva por meio do nosso artesanato, de nossa pintura. Será o indígena mostrando a sua cara – afirma Saterê.
Coca e Ricardo Freitas foram os primeiros levantadores a se apresentar, abrindo a festa para os brincantes. Coube à Fabiano Neves a tarefa de apresentar as coreografias e toadas de 2007 junto com o Grupo de Dança Movimentos.
A FAB
Força Azul e Branca e FBI
Força Bravura e Inspiração apresentaram um momento tribal em conjunto com os índios Saterés, com coreografias elaboradas por seus respectivos coreógrafos e sob a coordenação geral de Ricardo Pegueite. Os grupos reviveram no Sambódromo de Manaus a batalha entre Muras e Mundurukus , apresentada inicialmente no Festival Folclórico de Parintins em 2002, onde a galera foi a protagonista da batalha, divida entre as duas tribos. A apresentação ficou a cargo de Edílson Santana, que contou com a participação de Mailzon Mendes.
A Marujada de Guerra levantou a nação azul e branca com um repertório constituído em sua maioria de toadas basicamente indígenas. De um total de 20 musicas entoadas, 15 tinham um cunho e linguagem totalmente indígenas. A seleção das músicas foi fruto de uma pesquisa com as toadas apresentadas desde 1990. Segundo Keynes Breves, assessor de Comunicação do Movimento Marujada, as toadas indígenas sempre foram uma característica forte no boi –bumbá Caprichoso.
- A Marujada vai apresentar hoje (sábado) um toque diferente, mais indígena, do jeito que a Marujada só faz mesmo lá em Parintins – afirmou Breves.
O evento, além de exaltar a cultura indígena, teve o propósito de realizar um grande clamor pela preservação da Amazônia e contra o aquecimento global, tema em muito discutido em virtude de suas conseqüências para o planeta.
Para tanto, houve a participação da companhia de dança indígena Uaikitê, que realizou uma homenagem aos seus antepassados indígenas e por meio de sua arte, transmitiram uma mensagem de alerta contra o aquecimento global e em favor da preservação da Amazônia. A mensagem foi apresentada em idioma indígena e foi traduzida por Junior Paulain, que encerrou a festa.