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Uma multidão embalada pelo toque da Marujada de Guerra e o som cadenciado das palminhas caminhou em festa pelas ruas no maior Boi de Rua de todos os tempos. Parintins parou para ver o Caprichoso passar, brincar ao redor da fogueira e homenagear seus fundadores, artistas, personagens e compositores, numa festa grandiosa. A alegria estava estampada no rosto de cada um dos que vestiram azul e branco e foram cantar velhas e lendárias toadas de boi pelas ruas da área de baixo da cidade de Parintins, onde nasceu o Caprichoso. Foi pura e simples emoção que começou na Francesa e arrastou um cordão de felicidade por onde passou. E lá estava a homenagem viva ao histórico tuxaua Zeca Xibelão, a réplica do seu último capacete, confeccionado em papelão, penas e pó brilhante. Também se via a alegria de Pai Francisco e Mãe Catirina, acompanhando vaqueiros e o boi Caprichoso, que recebia o carinho de novos e antigos torcedores.


Os tontos participaram da festa, assim como a Dona Aurora, a boneca gigante, que fazia a festa com seus longos braços e o boi Ola (sátira para o contrário). O povão não arredava pé e cantava:  Eu vou, vou desfilando na cidade, o meu boi é da mocidade, é boi bonito de verdade. Alô, morena vem ver, vem ver pra acabar de crer. A multidão tomou conta das ruas e no meio do povo, também estavam os itens oficiais e a ex-sinhazinha da Fazenda, Karina Cid.


A apotesose na Praça da Catedral do Carmo foi em forma de louvação a Nossa Senhora do Carmo com uma fogueira gigante de onde surgiu a santa trazendo o boizinho preto. Durante o trajeto, o presidente Carmona Oliveira recebia abraços e parabenizações pela festa grandiosa que fez o Caprichoso, engrandecendo o Festival Folclórico de Parintins. Para ele felicidade é ter nascido no lado azul da cidade, é viver a emoção de brincar de boi junto com o povo de Parintins. Essa demonstração de alegria, de cultura, de tradição, de empolgação, de vibração, é sinal de vitória. Vamos ser campeões, disse feliz o presidente, agradecendo os torcedores que fizeram do sábado à noite um marco na trajetória do azul e branco.

Fotos: Peta Cid