A diretoria do Boi Caprichoso recorreu ao Tribunal de Justiça do Amazonas para cassar a liminar impetrada por sócios simpatizantes da candidatura de Joilto Azedo, que cancelou a assembléia do bumbá do dia 28, quando seriam homologados os novos sócios e apresentada a minuta da reformulação do estatuto do Boi.
A liminar assinada pelo juiz Antonio Itamar acatou o pedido do grupo alegando que o edital de convocação da assembléia estaria irregular porque tratava de duas pautas.
O presidente do Caprichoso, Carmona Oliveira, cumpriu a decisão judicial, mas assegurou aos sócios que a assembléia vai acontecer na terça-feira, dia 04 e tranqüilizou a todos que ficaram revoltados com a atitude do grupo. O presidente assegurou que a homologação vai acontecer, até porque é um direito do sócio que aprovou em assembléia anterior a indicação de novos associados para a agremiação. Esta mesma assembléia também já definiu que os sócios contribuintes só poderão ter direito a voto na próxima eleição. A proposta foi aprovada exatamente para evitar esse tipo de tumulto e favorecer candidatos na eleição de setembro.
Assinaram a petição os sócios Epafras Gomes de Azedo, Gelson Gomes de Azedo, Gelciana Azedo, Francisca Azedo, Gracildo Azedo, o Batoré, Rosaria Azevedo, Augusto Rubens da Costa, Juarez Lima, Otávio Muniz, Fernando Silva, Acinelcio Pereira Vieira, Maria dos Santos, Nelson Campos, Altemar Fonseca e Afonso Rodrigues.
O presidente Carmona Oliveira considerou o ato um desrespeito aos sócios do bumbá que compareceram em grande número na assembléia. Disse também que as alegações dos impetrantes não se sustentam. Ele explicou que em todas as assembléias do Caprichoso se discutiu mais de uma pauta, apesar do estatuto prever o contrário. Um exemplo foi a assembléia de 2004 que aprovou a prorrogação do mandato do ex-presidente César Oliveira por mais um ano, onde só 108 sócios compareceram, não chegando a 2/3 como quer o grupo. O próprio Joilto Azedo e a maioria dos que pediram a liminar no dia 28,estavam presentes em 2004 e assinaram a ata aprovando a prorrogação.
Carmona questionou porque somente agora, numa assembléia que não tratava de campanha eleitoral, mas de homologação dos novos sócios, o grupo adversário tenta tumultuar um processo natural do bumbá. Ontem, dezenas de sócios procuraram o escritório do boi Caprichoso em Parintins, em solidariedade a Carmona e a diretoria do Caprichoso, que em dois anos reestruturou o bumbá, começou praticamente do zero, pagou dívidas deixadas pelo ex-presidente César Oliveira, principalmente causas trabalhistas e débitos com artistas ainda deu ao Caprichoso o título de campeão do Festival.
Fotos: Vanderley Souza