O Boi da Baixa do São José pode perder os seus principais patrimônios, o Curral Lindolfo Monteverde, os galpões de alegorias, o armazém da Cibrazem, a escola Aldeia da Arte e todo o complexo da Cidade Garantido. Uma área de dezessete mil e trinta e oito metros quadrados, onde estão localizados os galpões e outra de 20 mil metros quadrados, da Cibrazem, avaliados em um milho e meio, serão leiloados pela Vara do Trabalho de Parintins no dia 02 de Outubro.
A execução é movida pelo Ministério Público do Trabalho-Procuradoria Regional da 11ª Região. O Edital de Praça com prazo de 20 dias foi publicado pela Vara do Trabalho de Parintins no dia 14 de agosto de 2007 e ontem divulgado nas emissoras de rádio.
A ação contra a agremiação vem se arrastando desde a fiscalização promovida pelo Ministério Público do Trabalho nos galpões dos bois, antes do Festival Folclórico. O Garantido chegou a receber multa de R$ 3 milhões, que teria sido negociada, a época. A diretoria atendeu as orientações assinando carteiras de trabalho e distribuindo ranchos aos contratados.
Durante todo esse período, o bumbá vem enfrentando muitos problemas. Além da derrota no festival, também encarou revolta de trabalhadores, motins, incêndios e por último a morte de um empurrador de alegorias que estava sem equipamentos de segurança quando transportava módulos e foi eletrocutado.
O presidente reeleito do Garantido, Vicente Matos, disse que foi surpreendido com o edital anunciando o leilão, mas já está recorrendo. Ele declarou à imprensa que o bumbá vinha cumprindo com os acordos. Vicente já acionou advogados para tentar reverter a situação.
Esta não é a primeira vez que o boi Garantido tem os bens leiloados, incluindo galpões da Cidade Garantido. Em 2004, o ex-presidente José Walmir de Lima conseguiu impugnar uma ação na justiça comum. Os bens foram penhorados em Processo de Execução para pagamento de dívida de R$ 185 mil contraída pela ex-diretoria com a empresa Multifogos Comércio de Fogos Ltda, sediada no Rio de Janeiro. O presidente mobilizou torcedores, diretores e artistas do vermelho e branco que foram para a frente do Fórum de Justiça. Os advogados do boi constataram irregularidades no processo e por isso conseguiram a impugnação.