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Quando foi lançado o desafio em setembro de 2005 para reestruturar o Caprichoso que vinha de consecutivas derrotas, muitos tiveram a chance de encarar a missão, mas talvez diante da situação temerosa, de anos afastados do boi por decisão própria, recuaram. Coube a figura corajosa de Carmona Oliveira, o desafio de desenvolver o projeto Caprichoso de Todos Nós, que hoje temos orgulho de dizer: foi e é um projeto CAMPEÃO que nós ajudamos a construir.

Dono de uma humildade extraordinária, Carmona sempre conjugou o verbo na terceira pessoa. Nós fizemos, nós conquistamos, nós somos campeões. Porque tudo o que o Caprichoso conseguiu até hoje, não teve méritos individuais, foi um trabalho de equipe. Teve a força do sócio, que acreditou no projeto, a garra do torcedor, que se doou no Bumbódromo, a seriedade dos diretores, a contribuição guerreira e invejável do Movimento Marujada, a cadência da Marujada de Guerra, o brilho dos vaqueiros, a raça das tribos, a firmeza dos itens e a magia de cada artista campeão que arregaçou as mangas nos galpões para fazer um boi que sabe ser o diferencial no Festival.

Na frente desse timaço está Carmona, um presidente jovem, idealista, audacioso, tranqüilo, que atendeu aos apelos da torcida e encarou a árdua obrigação de promover mudanças, quando elas eram a última cartada para virar o jogo e vencer o nosso principal adversário, o Garantido.

Carmona teve que ser firme em suas decisões, propondo mudanças importantes no julgamento, porque sabia que além de fazer um boi bonito, a credibilidade do Festival tinha que ser preservada. E conseguimos, fomos vitoriosos. Parintins foi vitoriosa. E a nossa união foi fundamental. Não podemos agora que estamos juntos, unidos, fortes, com o contrário correndo atrás do prejuízo, dividir a Nação Azul e Branca. Não podemos marchar contra um projeto vitorioso que nós construímos juntos. É com o Garantido que temos que disputar, não com nós mesmos.

Carmona conseguiu, com esse trabalho de equipe, devolver a todos nós o orgulho de vestir azul, resgatar a nossa auto-estima, nos fazer sorrir, mostrar nossa força.

Isso é ser torcedor, sem revanchismo, sem mágoas, sem individualismo, sempre colocando o Caprichoso como principal estrela. Pelos anos de experiência no Caprichoso, Carmona sabe o quanto é importante pensar no boi em primeiro lugar. Em determinado momento de sua trajetória, parecia que caminharia sozinho, sem "amigos" ao seu redor. Mas nós, sócios e torcedores estávamos com ele, acreditando, empurrando, desafiando o contrário, sendo melhor, tendo a melhor toada, a melhor torcida, a Força que Vem do Azul.

E quando no passado, outros estavam à frente do boi, Carmona também estava lá, era peça fundamental. Foi ele, mais do que ninguém, que por seus mais de vinte nos anos no Caprichoso, como brincante, diretor administrativo, vice-presidente, diretor de Marujada, diretor de galpão, ajudou a preparar o alicerce, a base do projeto que conquistou patrimônios para o boi.  Não dá pra esconder, embora tentem, o trabalho e a humildade de Carmona. Ele sim, tem amor pelo boi, mesmo quando não tinha cargos estava lá, ajudando, colaborando, nunca se ausentou, porque assim como nós, também ama o Caprichoso. E esse reconhecimento vem da galera e do sócio, que tem a sabedoria, que confiou em Carmona.

Em dois anos, com o apoio de todos nós, ele reconstruiu a base do zero, reforçou o alicerce, ergueu um boi campeão, para que nós, sob sol do meio-dia, pudéssemos comemorar a vitória que começou em 2006.

Com certeza o Carmona tem um projeto ainda mais audacioso. Começou reestruturando o boi, mas vai fazer muito mais. Com a sua ajuda, com o seu voto de confiança. Agora que conseguimos chegar ao topo, não podemos vacilar, trocar a certeza pela dúvida. Carmona trabalhou, nos representou muito bem, não é justo que pessoas, "com interesses próprios" queiram prejudicar nosso boi. Não podemos retroceder, não podemos enrouquecer, nossa voz tem que estar altiva, cristalina, forte para gritar mais alto: O Caprichoso é de todos nós.