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SEC reúne com Bumbás

01/10/2007,

Reunidos na manhã de sábado, no hotel Amazon River, em Parintins, membros da Secretaria de Estado da Cultura, liderados pelo secretário Robério Braga, e dos bois Caprichoso e Garantido, entre eles Vicente Matos, Fred Góes, Gil Gonçalves e Karu, ouviram atentamente as orientações de quatro técnicos da SEC que estiveram na Ilha, durante o último Festival, exatamente para analisar a estrutura do evento e apresentar sugestões.

O maestro da Orquestra Filarmônica, Marcelo de Jesus; o diretor de teatro William Pereira; o iluminador e diretor cênico Caetano Vilela; e o diretor de produção, Marcos Apolo, foram os técnicos ouvidos. De todas as sugestões apresentadas, uma ganhou unamidade: a necessidade de pelo menor dirigir a forma de atuar dos apresentadores dos bois. É muito ruim ficar o tempo todo ouvindo ele gritar para chamar a atenção de algo que todos estão vendo. E muitas vezes o motivo dessa atenção nem merece tanto destaque assim, explicou Caetano Vilela.

Ao falar sobre a estrutura musical do festa, o maestro Marcelo de Jesus elogiou a qualidade dos músicos da Marujada e da Batucada, mas atentou para a necessidade de maior organização dos instrumentos utilizados. Segundo ele, o som dos tambores acaba se tornando monótono, exigindo dos teclados uma variedade de arranjos maior que a necessária. Os graves estão abafando os sons médios. Isso dá a impressão que a música é a mesma o tempo todo,informou. Marcelo de Jesus se comprometeu a estar em Parintins, no início do ano, para colaborar com os bois nesse quesito.

Para o diretor de teatro, William Pereira, a forma de apresentação do espetáculo deveria ser modificada. Segundo ele, o formado de teatro italiano utilizado agora, com os bois voltados para a frente, onde estão os jurados, desfavorece cerca de 75% do público. O ideal é fazer as apresentações como teatro de arena, contemplado os 360 graus do bumbódromo  Tem gente que sai de lá ser ter visto nada, comentou.

Para iniciar a transformação nesse tipo de apresentação, os bois e o secretário de Cultura, Robério Braga, concordaram que algo deve ser feito com a Tribuna de Honra Cabeça do Boi que interfere na entrada das alegorias na arena e torna a logística do espetáculo mais demorada. Cremos que o ideal é derrubar aquela parte e utilizar o espaço de forma mais inteligente, disse Robério.

O quesito iluminação ficou por conta de Caetano Vilela, que fez severas críticas ao equipamento utilizado pelos Bois durante as apresentações. Para ele, o tipo de lâmpada deveria ser outro e cada alegria teria que merecer uma atenção especial por parte de um iluminador. Mas isso tem que acontecer desde a criação da categoria. Chamar o profissional para iluminar depois que a peça estiver pronta não dá o mesmo resultado, informou.

Caetano ainda sugeriu que cada Boi investisse parte de sua verba, mesmo que isso demorasse algum tempo, na compra de equipamentos de qualidade para a iluminação. Atualmente, os Bois alugam os equipamentos todos os anos. Com um equipamento próprio, a despesa dos Bois será apenas manter um eletricista para cuidar da manutenção. Fizemos isso na SEC e está dando excelentes resultados, concluiu.

Marcos Apolo ressaltou que a qualidade da produção dos bois é muito boa, até porque a mão-de-obra artística de Parintins é reconhecida nacionalmente. Hoje temos profissionais de alto nível. Creio que os Bois precisam mesmo é adotar uma postura que dá muito certo nos espetáculos da SEC. Tudo é ensaiado exaustivamente. Nada acontece por acaso, disse.

Nesse ponto, o secretário Robério Braga lembrou o Concerto de Natal do ano passado, que foi apresentado em todo o Largo de São Sebastião, envolveu a cerca de 1,5 mil pessoas, diante de um público exigente de 15 mil expectadores, e tudo saiu como previsto. Mas ensaiamos tudo antes. Foram quase dois meses de ensaio para atingir esse nível, completou Robério. Ao fim da reunião, os quatro técnicos da Secretaria da Cultura se colocaram à disposição dos bumbás para trabalhar – sem custo – para a melhoria do Festival do próximo ano. Marcelo de Jesus, Marcos Apolo, William Pereira e Caetano Vilela já estão pensando em Parintins 2008.