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Mestres dos bumbás são premiados

21/02/2008, Diário do Amazonas

Cinco mestres cantadores de Bois-Bumbás da cidade recebem hoje, às 10h, das mãos do Secretário Municipal de Cultura, Sebastião Assante, a importância de R$ 5 mil, referente a parte do prêmio Culturas Populares – Mestre Duda 100 Anos de Frevo, oferecido pelo Ministério da Cultura. Zé Preto, Duda, Mário Jorge, Xerxes e Melchíades foram os contemplados na premiação.

O prêmio é resultado de um levantamento sobre o trabalho desses homens que doaram a vida ao boi-bumbá, realizado no ano passado pela Secretaria Municipal de Cultura Semc. Pela iniciativa, Manaus passou a competir com outras cidades brasileiras pelo melhor projeto na categoria Iniciativas de Instituições Públicas.

O resultado foi divulgado no fim do ano passado. Nós ficamos muito felizes com o reconhecimento. O valor do prêmio não é muito, mas ajuda na manutenção do trabalho. São R$ 10 mil ao todo, cinco mil para os mestres gastarem por conta própria e cinco mil para aquisição de instrumentos e gravação fonográfica. A idéia é que eles lancem um CD, explica Maísa Fernandes, da Coordenadoria de Patrimônio da Semc.

Para concorrer ao prêmio, o órgão responsável pelo projeto precisa comprovar uma relação de proximidade com a cultura popular. No caso específico do trabalho premiado, foi destacada a ação desenvolvida junto aos grupos folclóricos. Há registros de que o festival folclórico realizado por clubes e comunidades da cidade no decorrer da década de 40, e início da década de 50, no século XX, já recebiam apoio da administração municipal.

Dentre os bens culturais relacionados aos grupos folclóricos de Manaus, o trabalho destacou os mestres cantadores de toadas de boi-bumbá. De acordo com Alvatir Carolino, também da Coordenadoria de Patrimônio da Semc, isso se deve ao fato de que o folguedo de boi em Manaus possui um dos registros mais antigos dessas manifestações no Brasil.

No documento apresentado ao Ministério da Cultura, a Semc informa que registrou no ano de 2007 em Manaus oito grupos de boi-bumbá e 12 grupos de garrote modalidade de boi-bumbá, onde brincam somente crianças e adolescentes, perfazendo um total de 20 grupos de boi. Percebe-se que esses grupos estão sob forte influência dos bois de Parintins, Garantido e Caprichoso, sobretudo no que diz respeito ao formato musical, o que implica na ausência total dos velhos mestres cantadores na apresentação dos bois registrados em Manaus, observa o documento.

O papel desempenhado por esses mestres cantadores é destacado. Eles são portadores de saberes que precisam ser repassados aos jovens que pouco sabem da história dos bois em Manaus, acrescenta o documento.

Um personagem desse grupo de cantadores citados é José Ribamar, mais conhecido como mestre Zé Preto. Ele começou a freqüentar os ensaios de boi na década de 30 e, há 70 anos, é amo do boi. Quando criança conheceu os antigos mestres, que o iniciaram nas brincadeiras de bois nas primeiras décadas do século XX.