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Conselho de Arte do Caprichoso prepara apresentações no Festival

20/03/2002, Romualdo Jr

No boi Caprichoso, o Conselho de Arte, formado por artistas, folcloristas, pesquisadores, produtores musicais e coreógrafos, é o responsável pela ousadia que caracteriza as apresentações do azul e branco. O projeto começa a ser concebido bem cedo, no final de cada ano. O ambiente de trabalho não poderia ser mais apropriado. Computadores, pranchetas de desenho, lápis, grafites, compassos e muitos livros.Boi Caprichoso Amor e Paixão

Os membros do Conselho precisam ter dedicação exclusiva nos meses que antecedem a festa. Estamos naquela fase de virar a noite. Almoçamos aqui e às vezes vamos para casa depois da meia-noite, anuncia o presidente do Conselho, Gil Gonçalves

Ele revela que cada membro tem uma função específica que envolve a experiência do folclorista Simão Assayag, a pesquisa de Ciro Cabral, a sensibilidade musical do apresentador Arlindo Jr., a coreografia de Jair Almeida, a arte cênica de Ray Santos, o assessoramento da secretária Iêda Batista, o senso crítico de Henrique Medeiros e as fantásticas mãos dos jovens desenhistas Alexandre Haidos e Estevão.

Gil explica que a principal função do Conselho de Arte é conseguir colocar na arena a proposta de apresentação do boi, que amadurece sempre no início do ano, quando os conselheiros começam a vislumbrar algumas idéias sobre o conceito que se quer mostrar no festival.

Segundo Gonçalves, o projeto está em fase de definição de adereços, alegorias, fantasias, nomes das tribos, estilo de fantasias, as roupas dos itens individuais, escolha das toadas que vão concorrer e a construção de cada noite.

Sempre mantendo sigilo sobre o conteúdo que será mostrado em 2002, Gonçalves só revela que o boi vai manter o estilo de se apresentar em atos, com a proposta de fazer um espetáculo folclórico, mas ousado.

Às vezes dá uma tentação de fazer o Caprichoso ser um boi de uma outra dinâmica, de uma outra visão, mas o Simão Assayag nos coloca na linha, mostrando que podemos ser audaciosos, mas sem perder o lado folclórico explica, traduzindo o estilo que faz a diferença do boi azul e branco.

É assim que funciona o tradicional e o ousado, completa, assinalando que o maior conflito de pensamento é com a diretoria, porque os diretores são mais tradicionalistas. Nós fabricarmos o boi de arena, com ousadia, arrojo, determinação, mas a diretoria tem aquele cuidado de mostrar alguns pontos, que nós devemos ter limite na nossa loucura, confidencia.

Gil Gonçalves é também o coordenador de tribos e detalha como essa função é trabalhada no Conselho de Arte. A tarefa não é fácil e requer fonte de pesquisa. Se o boi decidir falar sobre determinado rio, terá que fundamentalmente pesquisar sobre as tribos que habitavam a região, as lendas, os rituais, as figuras típicas, quem era o pajé, como vivam os índios, quais as cores que predominavam, as danças e os costumes. Tudo isso é trabalhado com a equipe de pesquisadores e depois discutido com os desenhistas, folcloristas e com os coreógrafos que vão expressar na dança o sentimento que se pretende traduzir na arena, seja em forma de batalha, guerra ou amor.

Após essa etapa, é a vez dos rituais, que ganham a participação dos artistas. O Caprichoso tem no grupo de elite Jairzinho Mendes, Karu Carvalho, Oséas Bentes, Juarez Lima, Ito Teixeira e Rossy Amoedo. São eles os responsáveis pela criação das alegorias, a partir da proposta apresentada pelos conselheiros.