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Garantido impedido de levar alegorias para Bumbódromo

26/06/2008, Diário do Amazonas

O boi Garantido foi impedido de iniciar o deslocamento de suas alegorias da Cidade Garantido para o Bumbódromo, ontem, em Parintins (a 369 quilômetros a leste de Manaus), por ter descumprido o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho (MPT), que obriga os kaçauerés (homens responsáveis pelo deslocamento das alegorias) a usarem equipamentos de proteção individual (EPI). De acordo com o presidente do bumbá vermelho, Vicente Matos, houve um atraso na vinda dos equipamentos de Manaus e o trabalho de transporte das alegorias será reiniciado hoje, às 5h.

O TAC foi assinado no ano passado, entre o bumbá , o Ministério Público, a Manaus Energia, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar, após o acidente com o kaçaueré Paulo Carvalho dos Reis, 21, que morreu eletrocutado durante o transporte das alegorias. Outros dois trabalhadores foram hospitalizados.

Os trabalhadores estavam sem luvas de algodão com proteção, macacão e botas. De acordo com o presidente do Garantido, os equipamentos foram adquiridos em Manaus, e o barco que estava fazendo o transporte para Parintins teve problemas com a Capitania dos Portos e não seguiu viagem. “Os equipamentos estão sendo trazidos, chegam hoje (ontem) à noite e amanhã às 5h retomamos os trabalhos”, afirmou.

O presidente ressaltou que a paralisação do deslocamento das alegorias não vai atrapalhar a montagem do boi para o Festival de Parintins, que será realizado nos dias 27, 28 e 29. “Tem tempo suficiente para montar, temos o dia 26 (hoje) todo para montar e também o dia 27. O boi está pronto”, garantiu.

O comandante da Companhia Independente de Bombeiros Militar de Parintins, tenente Sulemar Barroso, afirmou que a paralisação do transporte atende as normas de segurança para os trabalhadores. “Durante a vistoria, todos os órgãos constataram que não havia condições de trabalho e, para não acontecer acidentes como o do ano passado, recomendamos ao boi que não fizesse o transporte”, disse.

O kaçaueré Jorge Meireles, 31, concordou com a medida tomada pelo Corpo de Bombeiros e demais órgãos. “Está certo fazer isso, porque é muito perigoso, e não tem proteção nenhuma, vai que dá uma zebra”, disse. Meireles leva o boi encarnado da Cidade Garantido ao Bumbódromo há quatro anos. Ele diz que os trabalhadores receberam R$ 150, por cinco dias de trabalho.