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Garantido abre festival e aposta na preservação

28/06/2008, Diário do Amazonas

O bumbá Garantido abriu a primeira noite do 43º Festival Folclórico de Parintins, ontem, apostando no discurso da preservação. Numa apresentação que trouxe à arena o folguedo, monstros devoradores e o elemento surpresa de um homem alado, representando o pajé, o boi encarnado defendeu o tema ‘Amazônia, Sinfonia Divina’.

No ano em que o boi está sendo transmitido para todo o País, o bumbá vermelho e branco trouxe o poeta Thiago de Melo, reconhecido nacionalmente pelo seu trabalho, para ‘denunciar’ que a floresta está sendo ameaçada pela ação do homem. “Venho armado de amor e ferido pelo fogo da floresta”, disse o poeta, que pediu a cada parintinense que plante uma árvore.

No primeiro ato, o boi apresentou a Lenda Amazônica do ‘Anhangá’, o protetor da natureza. Entre bicho preguiça, pássaros, surgiu do peito de ‘Anhangá’ a cunhã-poranga Tatiane Barros. Sua indumentária transformava-se em um lagarto, e a bela evolui nesse ano com a toada ‘Bela Tupinambá’.

Outro destaque da noite foi a Celebração Folclórica ‘Folguedo’, de Zilkson Reis, que mesclou o folclore maranhense com o regional. Bumbás gigantes, bumba-meu-boi, a vaqueirada, o bailado corrido preencheram a arena. A alegoria trouxe também a porta-estandarte, Myrrana de Matos, e a sinhazinha Ana Paula Ianuzzi, que estreou na arena neste ano, e o boi Garantido. Numa transformação da alegoria criada por Reis, o Garantido trouxe também a Figura Típica ‘Mateiro’, que trouxe a rainha do folclore Patrícia de Góes.

O boi encarnado fechou a noite com o Ritual ‘Yanomami’, contando a vitória de Omana sobre Xawára. Com figuras monstruosas gigantescas, o artista plástico Junior de Souza mostrou a invasão do homem branco às terras ianomâmis em busca de ouro. Em meio à apresentação ritualística, o boi apostou também em tecnologia, trazendo um homem que sobrevoou toda a arena.

O boi Caprichoso encerrou a primeira noite do festival também contando porque escolheu o tema ‘O futuro é agora’. O boi azul e branco investiu nas grandes alegorias e tribos coreografadas. O bumbá mostrou a defesa da região e da sustentabilidade. Num clima de alegria que contagiou a galera azul e branco, o Caprichoso levou a lenda amazônica Uruapeara, que conta a luta dos índios Parintintim na fuga contra os portugueses.