Caprichoso mostra ‘O Grito da Floresta’
28/06/2008, Diário do Amazonas
O Boi Caprichoso entra na arena do Bumbódromo, hoje, para defender o segundo ato do tema ‘O Futuro é Agora’: ‘O Grito da Floresta’. O bumbá pretende mostrar no 43º Festival Folclórico de Parintins o surgimento dos movimentos sociais que passaram a ajudar o povo da floresta na defesa da Amazônia.
Para apresentar isso, o ‘Touro Negro’ volta aos anos 70, quando grande parte desses movimentos sociais organizados surgiu. “Ontem apresentamos os primeiros defensores desta região, os índios, que foram comandados por Ajuricaba. Hoje vamos mostrar os movimentos, muitos deles organizados por caboclos ribeirinhos, camponeses, povos indígenas e por seringueiros”, avisou o apresentador do Boi Caprichoso, Júnior Paulain.
E um cenário natural que vai retratar as belezas da Amazônia, o bumbá vai apresentar outro herói da região: Chico Mendes. “O Caprichoso entra no Bumbódromo para pedir a proteção e o bom uso da biodiversidade, como forma de manter vivos os ideais de Chico Mendes”, disse o apresentador.
A primeira alegoria do boi é o item Lenda Amazônica: ‘Pavú Maraúna’, do artista Rossy Amoedo. “Essa lenda fala sobre a tribo ‘Cinta-Larga’. Vamos mostrar a chegada dos garimpeiros nesta tribo, destruindo tudo e exterminando os índios. Tudo motivado pela ganância e a cobiça pelos diamantes que estavam no solo dessa comunidade indígena. Na verdade isso está ocorrendo em Roraima, na Raposa Serra do Sol. Juntamos o real e a fantasia”, explicou Rossy.
Durante a evolução da Lenda Amazônica vai surgir uma entidade, que foi evocada pelos ‘Cinta-Largas’. “Para expulsar os invasores a tribo pede a proteção de uma figura mitológica, ‘Pavú Maraúna’, que foi criada pelo deus Gorá. Essa figura sempre aparece quando a tribo está sob ameaça”, disse o artista.
‘Caboclo mateiro’
A Figura Típica Regional de hoje vai apresentar a todos o ‘doutor da floresta’: ‘o caboclo mateiro’. A alegoria é do artista Jairzinho Mendes. “Como em toda a apresentação do Caprichoso vamos mostrar essa visão atual. E o ‘caboclo mateiro’ conhece a floresta como ninguém, por isso, que é chamado de ‘doutor da floresta’”, explicou o diretor de arena do ‘Touro Negro’, Edwan Oliveira.
Neste item, o bumbá pretende mostrar que, por meio do estudo da lua, do sol, dos rios, do tempo e da terra, o ‘caboclo mateiro’ aprendeu coisas da floresta que ainda hoje é vista como estranha a olhos de muitas pessoas. “Ele aprendeu tudo com as riquezas da floresta, tomada por uma vastidão de árvores e plantas medicinais”, disse Júnior Paulain.