Garantido não foi liberado
19/07/2008, Em Tempo
O boi Garantido e a Batucada não foram liberados pelo presidente Vicente Matos para a tradicional matança que acontece a quase cem anos no dia 17 de julho. A festa tem sempre a coordenação da família Monteverde e dos sócios do boi que programaram o passeio pelas ruas para se despedir da galera.
O neto de Lindolfo, Dé Monteverde disse, emocionado, que a tradição está fragmentada e não há nenhuma justificativa para tal atitude. “Uma justificativa seria a morte de Porrotó, mas a família concordou em fazer a matança, e nós sabemos que se ele estivesse vivo ficaria triste com essa situação”, declara. Para Monteverde, o presidente não tem compromisso com a história e a tradição do boi. “Quero deixar claro que ele é o presidente e não o dono do boi, por isso conclamo a todos porque é preciso refletir sobre os destinos que a tradição está tomando”, desabafa.
Ele afirmou, ainda, que o Boi da Preservação está apenas no discurso. “Como pode o boi da preservação ter um discurso vazio, sem compromisso com a história”, reclama.
Mesmo sem o Garantido e a Batucada a velha guarda e os músicos saíram do Curral da Baixa e percorreram as ruas com dois trios elétricos tocando antigas toadas do boi e repudiando a atitude da diretoria.
Os brincantes foram até a Catedral de Nossa Senhora do Carmo e retornaram para o Curral da Baixa onde aconteceu uma festa regada a toada de boi e forró.