‘Feirinha’ vai começar, mas sem seus tururis
16/09/2008, Jornal A Crítica
Jorge Eduardo Dantas
Da equipe de A CRÍTICA
Parece até piada: a Feirinha do Tururi que começa no próximo sábado, dia 20, terá barracas, toadas, artistas e fãs. Mas não terá, paradoxalmente, tururis. É que a a briga de bastidores pela fabricação das peças resultou no atraso de sua confecção, provocando o inusitado: quando começar a Feira, criada especificamente para “turbinar” a venda do item, ele não estará disponível à população interessada.
Segundo o responsável pela Score Indústria e Comércio de Confecções Ltda., Luis Moraes, a confecção dos objetos terá início apenas na segunda-feira da semana que vem, quando a empresa receber o dinheiro para a fabricação dos tururis: R$ 402 mil.
Segundo a Associação dos Levantadores de Toadas e Compositores, que reúne os 31 artistas que participam do Boi Manaus, a Score será a responsável por confeccionar os tururis de todos eles, totalizando 84 mil itens.
De acordo com um dos artistas da Associação, que não quis se identificar, é “uma pena” que a Feirinha comece sem os tururis. “É estranho que comecemos a feira sem ter o que vender. Vamos colocar apenas as barracas”, reclamou.
O artista disse ainda que, para tentar driblar a ausência, ele vai investir em vendas alternativas: “Temos que disponibilizar chaveiros, bonés, bolsas... outras coisas que ajudem agregar valor ao artista”, disse o rapaz.
O presidente da Associação dos Artistas, o cantor Raiff Matos, e o presidente do Comitê Gestor do Boi Manaus, o secretário Marcus Barros, desmentiram a versão. “Até onde sei, o dinheiro já foi repassado aos artistas, que escolheram o local que quiseram para confeccionar os tururis. E este trabalho já está ocorrendo”, disse Barros.
Retrospecto polêmico
Até pouco tempo atrás, a fabricação dos tururis estava envolvida em uma ruidosa controvérsia: diferentemente dos anos anteriores, quando a Prefeitura confeccionava os tururis e os cedia aos artistas como cachê - o que eles vendessem era deles - em 2008 os artistas receberam dinheiro dos patrocinadores para confeccionarem onde quisessem. Uma polêmica se formou com o Sindicato das Indústrias de Confecção do Estado, que se opôs contra a transferência da produção para outro Estado - como quase chegou a ocorrer.