Mencius MeloEspecial para o EM TEMPOMilena Fagundes ainda nem entrou na casa do ‘
Big Brother Brasil 9’ e já provoca discórdia entre os amantes dos bois Garantido e Caprichoso.
Muito já se falou sobre a badalada seleção da amazonense Milena Fagundes para a nona edição do reality show “
Big Brother Brasil”, da Rede Globo. O programa possui um formato invasivo ao colocar dentro de um mesmo ambiente uma dezena de pessoas que são observadas dia e noite por milhares de telespectadores.
Polêmica, bonita e bem articulada, Milena está no centro de mais um furacão. Bem antes de estrear no programa, ela já tem torcida pró e contra no Amazonas. O motivo é a pública paixão pelo bumbá Garantido ou mais que isso: sua participação na equipe Delta – espécie de laboratório de marketing montado dentro do Garantido para conquistar simpatia de formadores de opinião e, se possível, de jurados.
Mas, como pode uma paixão sazonal influenciar e arregimentar tantos a ponto de haver manifestações na web? Não seria um exagero pedir sua eliminação imediata, já que o Festival Folclórico de Parintins poderá ser beneficiado com uma amazonense na casa?
Para Ely Rodrigues, amiga de Milena, o movimento contra não tem razão de ser. “
Acredito que é uma manifestação de poucos que não têm nenhum compromisso com o festival ou sequer botaram os pés em Parintins e muito menos na arena do Bumbódromo”, ataca. Ely se diz tranqüila por entender que isso é um fato isolado. “
Sei que isso não é uma oposição oficial da diretoria do Caprichoso, portanto não reflete a vontade da associação”, avalia. Questionada sobre o retorno positivo para Parintins, ela opina: “
Tudo lá é controlado. Não sabemos sequer se ela poderá usar as blusas do boi já que o festival é transmitido pela Band. Mas, de uma coisa tenho certeza, ela falará muito bem de Caprichoso e Garantido se tiver oportunidade”.
O presidente do Garantido, Vicente Matos, tem o mesmo pensamento. “
Milena é declaradamente Garantido, mas é mais apaixonada ainda pelo festival. Então acredito que se tiver oportunidade vai falar bem da nossa festa”, acredita. Segundo o presidente, a oposição reflete pequenez. “
Infelizmente temos pessoas com pensamentos pequenos, mas, é claro que ninguém e obrigado a gostar de ninguém, contudo, é necessário reconhecer que não é engrandecedor para nós”.
Do outro lado da fronteiraMenos afeita à diplomacia, a torcedora do Caprichoso Rosilene Reis tem posição cristalizada. “
Com certeza absoluta sou contra! Acredito que ela não vai dar nenhum retorno cultural para o Amazonas e muito menos para o Caprichoso”, afirma. Questionada sobre o porquê da oposição ela foi direta. “
Se fosse eu faria o mesmo até porque não gosto do Garantido, mas, o problema maior é que ela é muito envolvida com o contrário”, critica. Membro das comunidades na internet “
Caprichoso” e “
Tribo Orkut Parintins”, Rosilene aguarda com expectativa o primeiro paredão. “
Estou na torcida para que já na terça-feira Milena Fagundes seja eliminada”, diz.
Já o presidente do Caprichoso, Carmona Oliveira, expressa opinião mais conciliadora. “
Independente de ser a Milena, acredito que qualquer pessoa que for divulgar a nossa festa merece apoio, afinal, o boi é uma das melhores coisas que temos em nosso Estado”, pondera.
Para a psicóloga Andreina Sales, a questão envolve vários elementos da psicologia social. “
O boi é uma cultura de massa, algo em que você é obrigado a decidir a preferência já que a rivalidade é muito forte entre os torcedores”, destaca. Segundo ela há outros pontos que permeiam a polêmica em torno da representante amazonense. “
Vejo a presença da rivalidade e a força expressão cultural, mas temos também elementos de classe econômica, já que ela vem de uma classe média e os bois também fazem um discurso nesse sentido”, avalia. “
Outro elemento também é o temor, por parte dos torcedores do azul, de que ela não venha a dar destaque ao Caprichoso, mas isso só será conferido quando o programa iniciar”, prevê.
Andreina Sales acredita que existe um viés mais interessante no momento. “
De certa forma estão potencializando questões pessoais e não estão vendo como retorno para o Estado a participação dela no programa”, observa. “
Claro que é necessário saber se ela terá esse espaço para falar”.