Artistas de Parintins invadem o Carnaval
23/02/2009, Em Tempo
Artesãos mostraram talento parintinense no Carnaval de Manaus, Carnaboi, Carnaval de São Paulo e do Rio de Janeiro. Além do Carnaval das escolas de samba de Manaus e do Carnaboi, uma média de 70 artesãos de Parintins estão envolvidos no Carnaval do Rio de Janeiro e de São Paulo. E o que os parintinenses têm de especial? São hábeis artesãos carnavalescos, cuja especialidade é dar movimentos às alegorias das escolas de samba, a exemplo do que fazem com Caprichoso e Garantido todo ano no festival dos bumbás.
“Eles sabem fazer com que as alegorias ganhem movimentos elaborados. São muito bons nisso. Hoje em dia, todas as escolas vêm com esse tipo de recurso”, explicou o gerente de produção da Grande Rio, Silvio Baptista.
A Rosas de Ouro, segunda escola a desfilar no Anhembi, em São Paulo, teve seus carros alegóricos como maior destaque no desfile, com as figuras gigantes dos soldadinhos de chumbo, do bumba-meu-boi de Parintins, das formigas enormes que abriam para a ala das formiguinhas trabalhadoras que fecharam o desfile. No alto do quinto carro da agremiação, uma enorme rosa dourada, remetendo ao nome da agremiação. A maioria, criação dos artistas de Parintins, no Amazonas.
A Império Serrano, do Rio de Janeiro, também ousou na avenida, com o trabalho dos artistas de Parintins, como explicou a coordenadora de comunicação Cássia Valadão. “Algumas alegorias verteram água e mostraram movimentos de autoria de uma rapaziada vinda de Parintins, além de iluminação especial”, explicou.
“Uma explosão de cores na avenida”. Essa é a descrição de Anderson Sapo Pieroni, diretor-geral da escola de samba Amazonense, de Guarujá (SP), para o desfile que ela irá fazer hoje. A escola, que faz parte do Grupo Especial de Santos desde 1977, vai narrar a história do Rio Amazonas e suas belezas. Segundo Sapo, a ideia é mostrar também a importância da preservação do meio ambiente. “O nosso samba-enredo tem esse tom”, explicou. Assim como outras agremiações da região, a Amazonense trouxe de Parintins cidade do Amazonas onde acontece a tradicional festa dos bois Caprichoso e Garantido profissionais para ajudar na elaboração das alegorias.
Carlos Lopes, 39 anos, que lidera uma equipe de parintinenses no barracão da Grande Rio, acha que a destreza de seus conterrâneos foi adquirida ao longo dos anos, nas disputas entre Garantido e Caprichoso. Segundo Lopes, em um das edições do festival, nos anos 80, o boi vermelho e branco apareceu com uma alegoria que piscava a pálpebra. Para superar o rival, o boi da estrela criou um movimento mais elaborado no ano seguinte. Estabeleceu-se uma disputa para quem fazia a alegoria de movimento mais complicado, o que com o tempo, acabou se tornando a especialidade dos artesãos da cidade.