‘Recantos do Brasil’ com bumbás de Parintins
11/05/2009, Jornal A Crítica
Antônio Paulo
Da equipe de A CRÍTICA
BRASÍLIA (SUCURSAL) – Foi ao som de “Ritmo Quente” que o grupo folclórico “Encanto Vermelho” levantou um auditório lotado de amazonenses e convidados na noite de sábado na capital do Brasil. Mais de mil pessoas foram ao Centro de Convenções Ulysses Guimarães assistir, dançar e cantar as toadas dos bois Garantido e Caprichoso no projeto “Recantos do Brasil”.
Idealizado pela Edilane Produções, empresa de eventos culturais brasiliense, com patrocínios da Petrobras, Ministério do Turismo, Brasília Tur e Governo do Distrito Federal, o projeto está em sua quinta etapa. Começou com Mato Grosso do Sul e a cultura do Pantanal; Pernambuco e o Frevo e São Paulo, entre os anos de 2003 e 2008. Este ano, “Recantos do Brasil” começou com o samba e o jeito malandro do Rio de Janeiro. Agora chegou a vez do Amazonas principalmente pela proximidade do Festival Folclórico de Parintins.
“O objetivo do projeto é unir cultura, gastronomia e turismo de um Estado, em apenas um lugar. Esta é uma ação que busca promover a diversidade cultural e a identidade brasileira, privilegiando a participação de vários segmentos artísticos regionais e resgatando as manifestações tradicionais da cultura nacional”, explica a empresária Edilane Oliveira.
O show
O espetáculo “Amazonas para o mundo ver”, conduzido pela companhia de dança Encanto Vermelho, teve duração de duas horas e meia. Na primeira parte, sob o comando de Fernando Maia e Wilson Nobre, foram apresentados os itens concorrentes no Festival de Parintins e seus elementos típicos. Personagens como o pajé, cunhã-poranga, que chegou em cima de um pássaro azul, e a cobra grande arrancaram aplausos e gritos da plateia saudosa da cultura de sua terra natal.
A segunda parte do show foi mais participativa. As antigas toadas do Caprichoso e Garantido como “Vermelho”, “Boitatá”, “Muduracãnia”, “Ritmo Quente” e a presença física dos bois de pano levaram o público ao delírio. E em um final apoteótico, os apresentadores convidaram a plateia a subir ao palco e dançar com os bailarinos, índios e moças bonitas do boi-bumbá.
“Isso é maravilhoso. Como tenho saudade da minha terra”, disse a funcionária pública Rita Aguiar, que dançava sem parar vestida de vermelho, as cores do seu boi, e um maracá indígena que havia comprado no foyer de entrada do teatro. Lá tinha barracas de comidas e bebidas típicas amazônicas, lojinhas de biojoias, cosméticos; um índio vendendo artesanatos de sua tribo e um artista plástico que reproduzia, na hora, imagens e figuras caboclas como o pescador, seringueiro e a lavadeira da beira dos rios.
“Viva Parintins! Viva o Amazonas! Viva o Brasil!”, gritou com sua voz rouca, quase inaudível, o mago do Carnaval carioca, Joãosinho Trinta, que agora mora em Brasília onde faz tratamento de saúde. “Esse espetáculo é impressionante. E esse ano eu vou ao festival”, prometeu.