Cheias instigam rivalidade no boi
10/06/2009, Jornal A Crítica
Jonas Santos
Da equipe de A CRÍTICA
PARINTINS, AM (SUCURSAL) - O presidente do Conselho de Artes do Boi-bumbá Caprichoso Gil Gonçalves, quebrou ontem o silêncio para dizer que o seu boi não usa a bandeira da apelação para vencer o Festival Folclórico de Parintins. Gonçalves, que durante esta temporada de 2009 do boi ainda não havia se manifestado, avaliou que os dirigentes do boi Garantido tentam criar fatos para justificar as derrotas consecutivas na arena do Bumbódromo.
“Todos os anos o boi contrário encontra um jeitinho de justificar à sua galera a derrota. Em 2007 foi a chuva. No ano passado, culparam um poeta e o relógio. E agora em 2009 vão querer culpar a enchente, a alagação?”, provocou.
As declarações do diretor artístico do Caprichoso foram feitas ontem, durante o programa oficial da Associação Folclórica apresentado em cadeia nas rádios de Parintins.
Gil Gonçalves disse a A CRÍTICA que o problema vivenciado hoje pelo Garantido, que trabalha de modo improvisado na área de concentração do Bumbódromo, não pode servir de trampolim para explicar uma provável perda do título do Festival do 44º Festival Folclórico de Parintins.
“Não tiramos proveito dos nossos problemas para nos tornar ‘coitadinhos’ ou coisa parecida. Encaramos os problemas de frente. Há cinco anos que o Caprichoso constrói suas alegorias na rua, no sol e na chuva, e isso é superado. Não vejo isso um problema”, alfineta.
De acordo com o diretor, este ano o bumbá alugou 38 imóveis residenciais na cidade para a produção de fantasias, capacetes e tribos indígenas. O local que servia de galpão de tribos da rua Fausto Bulcão, próximo ao Bumbódromo, passou a funcionar como um novo quartel-general, também de alegorias.
“O boi contrário se faz de coitadinho, tentando passar um efeito de comoção ao seu povo. Quer se fazer de vítima da situação. É uma apelação para justificar a sua incompetência. O seu maior problema está nas últimas administrações desastrosas do boi”, apontou.