Cheias mudam Parintins
15/06/2009, Jornal A Crítica
Leandro Prazeres
Da equipe de A CRÍTICA
PARINTINS (AM) - Contrariando boatos e intempéries climáticas, o Festival Folclórico de Parintins está confirmado. A garantia é do prefeito do município, Bi Garcia (PSDB). Segundo ele, a forte cheia que atingiu 2,6 mil famílias nas zonas urbana e rural do município não será suficiente para que o festival seja adiado. “Está tudo pronto. O festival está confirmadíssimo”, disse Garcia.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Parintins, Ney Augusto Souza, o pior já passou. “A gente percebeu que o nível do rio já está descendo. No dia 10, quando fizemos a última medição, o nível da água já estava baixando uns três centímetros. O maior indicador da descida é o muro de arrimo da cidade .Há alguns dias, ele estava completamente submerso, agora, já conseguimos vê-lo”, diz.
Mas se, de um lado, a cheia não chegou a comprometer significativamente a evolução dos bumbás, de outro, afetou gravemente a rotina dos parintinenses. Bairros inteiros estão alagados. Pontes tiveram de ser aterradas. Em algumas ruas, o nível da água supera um metro de altura.
Para se locomover por vias como a rua Coronel Barreto Batista, no Itaguatinga, pontes de madeira de mais de 200 metros de comprimento foram construídas. É sobre elas que os moradores têm de se equilibrar para sair de casa.
No interior, como atesta Ney Augusto, os impactos da cheia foram ainda maiores. Comunidades como a da “Ilha das Onças”, a cinco horas de barco da cidade, perderam mais da metade da população.
“Lá, havia 40 famílias morando. Agora, só têm 16. A maioria se mudou pra cidade. Perdemos toda a produção”, conta a agente de saúde e agricultora Doraci Pontes Cativo, 40, moradora da localidade.