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A Ilha de azul e branco

22/06/2009, Jornal A Crítica

Saulo Borges
Da Equipe de A CRÍTICA
 
PARINTINS, AM –  Ano passado a rua Lóris Cordovil foi enfeitada pelos moradores, entre os quais familiares do mais ilustre deles: Luís Pereira, o “Sêo Luizinho do Caprichoso”, tudo para que o último dono do boi Caprichoso visse o bumbá passar com seu “Boi de Rua”, mas ele não passou.



No último sábado, cercado de vaqueiros e com o chifre enfeitado de bandeirolas, arrancando sorrisos e lágrimas, gestos de amor, o Caprichoso arrastou uma multidão que tingiu de azul e branco as ruas de Parintins, inclusive a Lóris Cordovil, mas, este ano, era “Sêo Luizinho” que não estava ali.

Luís Pereira faleceu aos 80 anos, na manhã daquele mesmo dia simbólico para o “Touro Negro”, que lhe prestou uma homenagem ao voltar a dançar no terreiro do endereço de número 571, onde deu seus primeiros passos pelas mãos, inclusive, de sêo Luizinho.
 
Foi aqui que tudo começou. Há 27 anos, o Caprichoso dançava neste terreiro, onde sêo Luís morava, antes de ir pro Zeca Xibelão”, afirmou Paulinho Du Sagrado, um dos compositores de toadas do boi contrário, o Garantido, que participava da homenagem por entender a importância daquele momento.

O presidente do boi, Carmona Filho, conduziu o bumbá até um grupo de pessoas sentado à porta da casa de sêo Luizinho, que trazem consigo o sangue dele. Muitos choraram.

O Caprichoso manteve a tradição de 96 anos. São quase 100 anos saindo às ruas e não podíamos fazer diferente”, afirmou Carmona, que se disse otimista com o boi, este ano.

Estamos prontos. ‘Onde o Verde Encontra o Azul’ (tema do boi em 2009) é uma estratégia da comissão de artes pra alcançar o tricampeonato”, disse o presidente que acompanhou o boi até a praça da Catedral de Nossa Senhora do Carmo, onde um trio elétrico deu continuidade à festa, que entrou pela madrugada.