Em defesa da toada
23/09/2009, Jornal A Crítica
Israel Conte
Especial para A CRÍTICA
“Um ritmo totalmente amazônico não está tendo o espaço que merece”. Está é a opinião de Herman Marinho, apresentador de TV e também um entusiasta das toadas de Parintins, como ele se auto-denomina. Herman apresentou durante algum tempo o programa “Tucumã e Toadas” na TV Cultura onde divulgava o ritmo local. Atualmente, fora do ar, Marinho observou que ouvir toadas nas rádios não era algo comum. “É preciso pagar para que as emissoras toquem o ritmo”, afirma.
Diante da necessidade de um maior espaço para ouvir toadas de boi na cidade nasceu o movimento “Tudo pela toada”. “A proposta é que já que tem que pagar para tocar a toada nas rádios então paguemos”, diz.
Depósitos
Inicialmente, cobrou-se por meio das duas comunidades de boi no Orkut, o valor de R$ 1 que seria depositado em conta corrente. “Depois vimos que seria quase impossível as pessoas continuarem depositando dinheiro sem uma contra-partida. Mesmo assim gente do Brasil inteiro começou a acessar e a colaborar”, comenta.
Mas para que esse movimento se tornasse mais sério foi criada então uma associação para que representantes respondessem por essas ações.
“A partir daí tivemos a ideia de promover eventos. A nossa primeira festa aconteceu no último sábado e cerca de mil pessoas compareceram ao Atlético Rio Negro Clube.
Hoje, mais de 400 pessoas simpatizam com o “Tudo pela toada”.
“No começo tinha mais gente do Garantido. Mas nós queríamos simpatizantes dos dois bois. As pessoas do Caprichoso começaram a apoiar, após um tempo, e agora todos estão trabalhando juntos e unidos”.
Frutos
Um dos frutos do movimento é a web rádio homônima que toca toadas 24 horas por dia e ainda conta com programas ao vivo.
O próximo evento da associação deve acontecer depois do Boi Manaus para não haver conflito de datas.
Quem quiser se associar basta entrar na comunidade do Orkut “Tudo pela toada”. “A intenção não é tirar o espaço de outros ritmos. Apenas nós gostamos de toadas e queremos ouvi-las tocando”, encerra Herman.