Os torcedores do Caprichoso nem lembraram da tristeza pela eliminação da Seleção Brasileira da Copa da África do Sul e comemoraram mais um título do boi negro, no 45º Festival de Parintins, o 18º desde 1965, quando o festival foi oficializado. A festa da vitória aconteceu na noite de sábado com os torcedores lembrando a todo instante a diferença de 10.2 pontos de diferença para o Garantido e o fato de terem ganhado duas das três noites de apresentações.
O engarrafamento foi grande nas imediações do sambódromo, com filas de pessoas para entrar no local, “
como nunca aconteceu durante os currais. Calculamos, hoje, umas dez mil pessoas”, assegurou a assessora de imprensa do Movimento Marujada, Marilza Mascarenhas.
Promovendo a abertura da festa, o grupo Cultura Nativa, Júnior Pontes e Iana Ira esquentaram a galera antecedendo à performance de Arlindo Júnior, quase sem voz, que mesmo não tendo participado da apresentação do boi, em Parintins, se disse eternamente Caprichoso. Ao final do show do pop da selva, foi efetuado o enterro do contrário Garantido, cujo cortejo, que passou em meio aos presentes, levava dois caixões, “
um para o boi e outro para a sua língua”, disse Arlindo numa alusão aos dirigentes do boi contrário que, segundo ele, “
falavam demais”. Junto com o cortejo, chegou o apresentador Júnior Paulain que deu continuidade ao show.
Vários itens do festival estiveram presentes na festa da vitória, entre eles a cunhã-poranga, a porta-estandarte, a sinhazinha da fazenda, o boi com seu tripa Marquinhos, a Marujada de Guerra e o amo Edílson Santana, que também fez o seu show tirando versos. No caso da cunhã-poranga Maria Azedo e da porta-estandarte Karyne Medeiros a comemoração foi em dobro, pois elas venceram as contrárias em seus respectivos itens.
Encerrando a noite, o novo levantador do boi negro, David Assayag, agora chamado de imperador, que estreou este ano no Caprichoso depois de desentendimentos com a direção do Garantido e conseguiu se sair vitorioso em seu primeiro ano na nova agremiação.