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Conseguimos fechar a torneira que derramava o dinheiro no Garantido", Fabio Cardoso
Para diretor jurídico do Garantido processos judiciais e trabalhistas sangravam mais os recursos do bumbá
"Estamos matando um Leão a cada dia. Mas conseguimos fechar a torneira que derramava o dinheiro no Garantido", assim o diretor jurídico do Vermelho e Branco, advogado Fábio Cardoso, avaliou o primeiro ano da administração Telo Pinto e Marco Aurélio de Medeiros, a frente da agremiação, completados dia 01 de setembro e uma semana após a assembleia aprovar a prestação de contas de 2010.
Na prestação as conselheiras expuseram que foi repassado ao bumbá entre contratos de patrocínios e outras receitas um total de R$ 7.053.463,81, para custeio de despesas com pessoal, manutenção e 45⁰ Festival Folclórico. Nos balancetes, foram comprovadas despesas, totalizando o valor de R$ 7.053.463,00.
Quanto a PAGAMENTOS DE DIVIDAS DA GESTÃO ANTERIOR, verificaram-se pagamentos efetuados como indenizações trabalhistas, dívidas de contratos 2007/2008/2009 e bloqueio judicial, totalizando o valor de R$ 2.2000.256,23 (dois milhões e meio de reais).
Em doze meses a diretoria jurídica, diz Fábio, formada ainda pelo advogado Vander Góes, esteve mais de 100 vezes em audiências junto ao Ministério do Trabalho, Juizado Especial e Justiça Comum.
Nas audiências, Fábio defendeu o boi Garantido, porque antes a Justiça condenava o bumbá a revelia, devido à falta de quem fizesse a defesa. "
A Justiça não tem nenhum comprometimento com as dívidas do Garantido. ocorria que nossos processos eram julgados a revelia, porque na maioria das audiências simplesmente não tinham ninguém para defender nossos interesses", afirmou.
Cardoso relatou, por exemplo, o processo da empresa "
Real Elétrica" do empresário Adolfo dos Anjos, contraída no valor de 26 mil reais, pelo ex-presidente Antonio Andrade. A dívida não foi paga por Antonio Andrade. Veio à administração de José Walmir Martins de Lima e também não foi quitada.
Nas duas administrações do ex-presidente Vicente Matos, o empresário ingressou na Justiça. O ex-presidente fez acordo na qual se comprometeu a pagar o débito no mês de maio ou pagar 100% de juros. "
Infelizmente esse acordo também não foi cumprido", contou Fábio.
Em 2010, a juíza Melissa Sanches, executou a sentença, porque a dívida de 26 mil, com moras, atrasos e juros estava passando de 96 mil reais. Fábio afirmou que após acordo, do presidente Telo Pinto, o empresário aceitou receber 56 mil reais. A administração de Telo Pinto quitou o débito em duas parcelas.
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Essas situações hoje refletem diretamente em sequestros e bloqueios de recurso das contas do boi Garantido, impedindo o pagamento de outros contratos. Hoje, por exemplo, ainda falta pagar algumas pessoas que atuaram no festival de 2010. Temos recursos para receber, mas também há preocupação junto a Justiça Comum e Trabalhista", diz.
Numa outra situação, o ex-presidente Antonio Andrade Barbosa, emprestou de um empresário um chegue no valor de R$ 8 mil reais, dando garantia de pagamento outro cheque de uma funcionária federal. Antonio Andrade deixou o cargo. Passou a administração de José Walmir, veio a gestões de Vicente Matos e o dinheiro nunca foi pago. Atualmente o valor da conta é superior a 100 mil reais. "
Neste caso ainda estamos tentando reverte. A dona do cheque ingressou com mandado de regresso, com todo o direito, porque não foi honrado um compromisso. Agora o Boi em si não pode ser penalizado assim!", avaliou o advogado.
Cardoso citou exemplo, o repasse de mais R$ 90 mil, feito pela Rede Bandeirantes, oriundo do direito de transmissão de arena ao Garantido, que deveria ser pagos aos compositores, no entanto quando o dinheiro caiu na conta, foi bloqueado e hoje a diretoria jurídica tenta resolver. "
Neste específico os prejudicados foram os compositores, que investiram suas economias na produção das músicas. Tiveram elas executado no bumbódromo e já eram para terem sido pagas", lamentou Fábio Cardoso, salientado que o Boi Garantido é a única agremiação do Festival a pagar os direitos intelectuais dos compositores, "
Isso não ocorre no boi contrário", diz.
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