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Diretoria do Garantido luta para não perde patrimônio do sócio

09/11/2010, Hudson Lima - Assessoria do Garantido

Telo Pinto
Confissão de dívida deixada pelo ex-presidente Vicente Matos, sem conhecimento de ninguém, trouxe prejuízo aos sócios

A 3ª vara de Justiça de Parintins concedeu imissão de posse do galpão de tribos da Associação Folclórica Boi Bumbá Garantido a empresa Costa Godinho LTDA. O documento assinado pelo juiz Antônio Itamar Gonzaga determina que o boi desocupe o imóvel em 10 dias, a contar do dia 05 de novembro, data em que a diretoria tomou ciência da deliberação. Se não cumprir, será penalizada com multa de R$ 1 mil ao dia. A informação foi repassada ontem pelo presidente do Garantido, Telo Pinto, em coletiva de imprensa, na cidade Garantido.



O presidente da agremiação folclórica considerou um duro golpe no patrimônio do boi e disse que a diretoria jurídica já entrou com recursos na 3ª vara de Parintins e no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). “Nós não podemos perder esse bem por uma irresponsabilidade do presidente anterior. A nação vermelha e branca vai tentar de todas as formas reverter esse quadro”, garantiu Telo Pinto.

A ação é fruto de uma confissão de dívida do ex-presidente Vicente Nunes de Matos no valor de R$ 150 mil que inclusive não constava no rol de dívidas do boi. “Ninguém tinha conhecimento desta pendência e não sabemos o que originou esse valor, por isso questionamos judicialmente”, argumentou Telo, que atuou como diretor financeiro do boi durante dois anos. 

 “O Garantido entrou um recurso de suspensão de posse no Tribunal de Justiça e com uma ação anulatória que está em tramitação na 3ª vara de Parintins. “Nós entendemos que a dívida é graciosa, carece de legalidade por isso entramos com estes recursos”, disse Fábio Cardoso, diretor jurídico do Garantido. Segundo o advogado, o valor do débito com a Costa e Godinho LTDA está em R$ 250 mil, enquanto que o valor do galpão foi avaliado em R$ 150 mil reais. “É outro ponto em que estamos recorrendo. O nosso galpão foi avaliado num valor irrisório, enquanto que engenheiros e arquitetos além de técnicos da Prefeitura avaliaram o imóvel em R$ 2,096 milhões. Mesmo entregando o galpão da associação ainda vamos ficar devendo ao empresário. Essa matemática não bate”.



A dívida contraída calculou Fábio poderia adquirir mais de 600 passagens aéreas nos valores da época. “Está diretoria vem negociando e renegociando contratos de ações na Justiça Comum e Trabalha. Semana passada mesmo tínhamos uma ação no valor na qual o requerente pedia R$ 35.000,00 e no final negociamos para R$ 5.000,00. Isso era o inverso na época do ex-presidente”, analisou.  

Manifesto da Nação Vermelha e Branca

A Associação Folclórica vai lançar uma manifesto aos sócios e torcedores com repúdio a atos de administrações anteriores determinantes para os problemas enfrentados com dívidas nas justiças do trabalho e comum. “Além do manifesto, o boi terá que reformular o estatuto para que o nosso patrimônio não seja tratado como em outros tempos”, finalizou Telo Pinto.

O documento poderá ser encontrado na cidade Garantido em Parintins e ainda na salda do MAG em Manaus para os sócios e torcedores possam assinar. “Faço questão de assinar porque é inadmissível o que o ex-presidente fez com nosso boi”, adiantou-se o sócio Mario da Silva, membro da batucada, que acompanhou a coletiva.

A administração atual do boi Garantido já pagou mais de R$ 2,2 milhões em dívidas de administrações passadas.  Segundo o advogado Fabio Cardoso, a diretoria detectou outra confissão de dívida deixada pelo ex-presidente, que foi denunciado na delegacia de polícia de Parintins.