Confissão de dívida deixada pelo ex-presidente Vicente Matos, sem conhecimento de ninguém, trouxe prejuízo aos sócios
A 3ª vara de Justiça de Parintins concedeu imissão de posse do galpão de tribos da Associação Folclórica Boi Bumbá Garantido a empresa Costa Godinho LTDA. O documento assinado pelo juiz Antônio Itamar Gonzaga determina que o boi desocupe o imóvel em 10 dias, a contar do dia 05 de novembro, data em que a diretoria tomou ciência da deliberação. Se não cumprir, será penalizada com multa de R$ 1 mil ao dia. A informação foi repassada ontem pelo presidente do Garantido, Telo Pinto, em coletiva de imprensa, na cidade Garantido.
O presidente da agremiação folclórica considerou um duro golpe no patrimônio do boi e disse que a diretoria jurídica já entrou com recursos na 3ª vara de Parintins e no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). “
Nós não podemos perder esse bem por uma irresponsabilidade do presidente anterior. A nação vermelha e branca vai tentar de todas as formas reverter esse quadro”, garantiu Telo Pinto.
A ação é fruto de uma confissão de dívida do ex-presidente Vicente Nunes de Matos no valor de R$ 150 mil que inclusive não constava no rol de dívidas do boi. “
Ninguém tinha conhecimento desta pendência e não sabemos o que originou esse valor, por isso questionamos judicialmente”, argumentou Telo, que atuou como diretor financeiro do boi durante dois anos.
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O Garantido entrou um recurso de suspensão de posse no Tribunal de Justiça e com uma ação anulatória que está em tramitação na 3ª vara de Parintins. “Nós entendemos que a dívida é graciosa, carece de legalidade por isso entramos com estes recursos”, disse Fábio Cardoso, diretor jurídico do Garantido. Segundo o advogado, o valor do débito com a Costa e Godinho LTDA está em R$ 250 mil, enquanto que o valor do galpão foi avaliado em R$ 150 mil reais.
“É outro ponto em que estamos recorrendo. O nosso galpão foi avaliado num valor irrisório, enquanto que engenheiros e arquitetos além de técnicos da Prefeitura avaliaram o imóvel em R$ 2,096 milhões. Mesmo entregando o galpão da associação ainda vamos ficar devendo ao empresário. Essa matemática não bate”.
A dívida contraída calculou Fábio poderia adquirir mais de 600 passagens aéreas nos valores da época. “
Está diretoria vem negociando e renegociando contratos de ações na Justiça Comum e Trabalha. Semana passada mesmo tínhamos uma ação no valor na qual o requerente pedia R$ 35.000,00 e no final negociamos para R$ 5.000,00. Isso era o inverso na época do ex-presidente”, analisou.
Manifesto da Nação Vermelha e BrancaA Associação Folclórica vai lançar uma manifesto aos sócios e torcedores com repúdio a atos de administrações anteriores determinantes para os problemas enfrentados com dívidas nas justiças do trabalho e comum. “
Além do manifesto, o boi terá que reformular o estatuto para que o nosso patrimônio não seja tratado como em outros tempos”, finalizou Telo Pinto.
O documento poderá ser encontrado na cidade Garantido em Parintins e ainda na salda do MAG em Manaus para os sócios e torcedores possam assinar. “
Faço questão de assinar porque é inadmissível o que o ex-presidente fez com nosso boi”, adiantou-se o sócio Mario da Silva, membro da batucada, que acompanhou a coletiva.
A administração atual do boi Garantido já pagou mais de R$ 2,2 milhões em dívidas de administrações passadas. Segundo o advogado Fabio Cardoso, a diretoria detectou outra confissão de dívida deixada pelo ex-presidente, que foi denunciado na delegacia de polícia de Parintins.