Coreógrafo, artista, item oficial, cheio de idéias impressionantes e apaixonado pelo Caprichoso. Assim se resumi o perfil do Pajé Waldir Santana, 44 que há 23 anos fascina pela dança, interpretação e superação na arena representando a autoridade máxima dos povos indígena. Waldir será o grande homenageado na Festa das Tribos que acontece neste domingo (12) no Curral Zeca Xibelão. O evento tradicional que chega a décima edição já homenageou Zeca Xibelão, e as cunhãs-porangas Daniela Assayag e Jeane Benoliel.
A história de Waldir inicia na década de 80 ainda jovem confeccionando tuxauas e tribos. Mas, foi na figura do Pajé que se eternizou no Caprichoso substituindo o “
Téo” que se apresentava com uma dança inconfundível, o primeiro a raspar a cabeça e a fazer pinturas no corpo. Inspirado em Téo, Waldir Santana tornou-se um Pajé autêntico a convite de João Afonso que era vice-presidente do boi na época.
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As roupas que usavam no Garantido eram estranhas, eram dois saioites, um amarrado no pescoço e outro na cintura que formava a fantasia e o Téo fazia a fantasia dele com juta, e cheio de adereços era diferente”, lembra. Waldir então se apresentou com uma fantasia inusitada com uma cabeça de tucandeira, com penas e desenhos no corpo e rosto.
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A partir daí o Caprichoso voltou a ganhar no item porque o Téo era imbatível, mas ele já estava doente” conta. O potencial criativo de Waldir chamou atenção dos diretores do Caprichoso que o convidaram para fazer as coreografias de galera.
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Na época convidei o Adriano (Multicon), o Petro Velho, o Helissandro e o Falcão, eles eram os dançarinos criamos a coreografia para a galera só com os braços e o dois prá lá e dois pra cá foi arrasador”, “ressalta.
No ano seguinte Simão Assayag que era o diretor de Arte convida Waldir para criar as coreografias de tribos. “
Foi outro momento marcante a apresentação das tribos, na toada Fibras de Arumã e depois os homens lagartos em Amazônia Quaternária”, conta. O Caprichoso cresceu e surgiram outros coreógrafos sempre a altura do nosso boi, dando sempre pontos máximos e levando o boi a vitória”, enfatiza. A criatividade de Waldir é outro ponto ressaltado em sua trajetória. “
No começo fazia todas as três fantasias que eu usava, depois passei a fazer outros itens”, informa. Em 2011, o artista é responsável pela confecção de adereços para Marujada e a própria fantasia de uma noite. Ele afirma que vêm observando novos dançarinos para assumir o cargo de Pajé, mas ele não revela o ano.