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A melhor idade emociona no Caprichoso

15/06/2011, Assessoria de Imprensa do Caprichoso

A idade não é limite para brincar de boi bumbá. Os atores cênicos do Caprichoso são a prova disso. Todos os anos homens e mulheres com idade entre 42 e 89 anos fazem a teatralização dos movimentos de caboclos e ribeirinhos nas alegorias de figura típica regional e lenda amazônica.



Esses atores e atrizes são pescadores, donas de casa, tacacaseiras, farinheiros que reproduzem na arena do bumbódromo a labuta do dia a dia. “Nós não preparamos atores para representar o caboclo, o pescador, a benzedeira, o farinheiro e os demais personagens. Quem está no teatro dos sonhos do Caprichoso, são caboclos, pescadores, benzedeiras, e farinheiros de verdade”, conta Ricardo Pegueite, coordenador de cênica.



Para valorizar esses artistas o Departamento de Cênico prestou homenagem, com entrega de fotografias, as senhoras que integram o grupo do boi azul. O evento contou com a participação da presidente do Caprichoso Márcia Baranda.

A história de cada uma das senhoras, o rosto enrugado que não esconde a vontade de fazer parte das apresentações do touro negro e a alegria peculiar da terceira idade emocionaram a dirigente azul e o coordenador cênico. “È maravilhoso ver essas pessoas deixarem suas casas e se dedicarem aos ensaios para as apresentações no bumbódromo. Isso me emociona, pois a identidade com o idoso é muito grande”, comentou Márcia Baranda pedindo as bênçãos de Deus para os idosos.




Dona Marieta Martins de Souza, 81, veio da região do Uaicurapá para brincar de boi. “Minha família sempre foi Caprichoso, ano passado eu fui camaroeira e farinheira na arena e esse trabalho me deixa muito feliz, não sei o que seria de mim se eu não participasse da cênica do Caprichoso”, conta ela com os olhos marejados.

Rosangela Ribeiro Rocha, 42, se emocionou enquanto a presidente do Caprichoso se pronunciava. Ela veio de Manaus há dois anos para brincar no Caprichoso “Não sei como explicar esse sentimento essa alegria de participar dessa festa. Ser uma das atrizes tem um significado muito importante para mim, só deixarei quando estiver vovozinha e não puder ir ao bumbódromo”, comenta.

A mesma alegria das demais colegas não poderá ser comungada pela aposentada Clara Nogueira Mourão, 89, que por orientação médica não participará da cênica este ano. “O Caprichoso é o meu boi, o médico me proibiu de participar, pois tenho problemas do coração e eu estou muito triste, mas vou ver pela televisão. Vai ser muito ruim para mim vê pela TV e pensar que poderia estar lá para ajudar meu boi a ser campeão, mas mesmo assim estarei feliz, pois minhas amigas estarão nos representando muito bem”, disse ela.

A tacacaseira Maria Helena Paz de Oliveira, 59, revela que a dedicação das senhoras que fazem parte da cênica é muito grande, pois ninguém pode errar. “Todos nós trabalhamos para dar a nota máxima para o Caprichoso. Se na cênica o Caprichoso levou 10 ai todas nós ficamos felizes, pois fizemos a nossa parte. Então para todas essas senhoras a cênica tem que ser perfeita”, diz ela.

Para o coordenador de cênica do Caprichoso Ricardo Pegueite o touro negro também faz um trabalho social com esses idosos. “A história do nosso boi está aqui. Estou feliz por estar no Caprichoso e executando esse trabalho que não deixa de ser uma ação social. É bonito ver no semblante de cada senhora a empolgação e a expectativa de ver o nosso boi campeão”, concluiu.