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A praça dos bois, local de Parintins onde estão sendo colocadas as alegorias de Caprichoso e Garantido, se transformou num cenário de ‘guerra’ entre Kaçauerés e Paikicés, na manhã de ontem. Os nomes são de grupos de índios guerreiros, mas se tratam apenas de operários e artistas dos dois bumbás que receberam esses apelidos simbólicos. Já a guerra, não saiu do âmbito das provocações à distância.


Os gritos e gestos começaram enquanto os paikicés traziam as alegorias do boi azul e branco para a praça, localizada ao lado do Bumbódromo. Os kaçauerés chegaram a montar uma metralhadora usando canos de ferros de alegorias e simularam tiros com fogos de artifício. Mas a rixa não durou mais 5 minutos e depois todos retornaram ao trabalho.

O nome Paikicé, na linguagem dos índios Mundurucus, significa cortadores de cabeça e é utilizado pelos carregadores de alegorias do Boi Caprichoso desde 1996, é o que explica o coordenador de alegorias da agremiação, Jofre Lima, 45. “Colocamos esse nome de guerra neles. Mas esse momento de encontro com os kaçauerés é só brincadeira. Uma rivalidade sadia, sem brigas”, ressalta.

Já o termo kaçaueré vem da tribo Sateré Mauwé e significa guerreiro. “Existe essa brincadeira de um confrontar o outro, mas não sai disso. Não há rivalidade física, fica só na provocação”, reitera um dos coordenadores de galpão do Garantido, Marcos Cohen, 31.

O embate de provocações e rivalidade entre os bois Caprichoso e Garantido acontece de todas as formas possíveis entre todos os envolvidos no Festival Folclórico de Parintins.