O '
Boi de Rua' do Caprichoso, que aconteceu na noite desta segunda-feira (25), foi prejudicado pela falta de organização do evento. Desde o início, o boi, principal atração da festa, esteve distante do restante da dos itens e do carro de som, que foi colocado atrás da multidão.
A saída do Complexo Esportivo Complexo Desportivo Benedito Azêdo, no Palmares, estava marcada para as 21h, no entanto, só o boi e algumas pessoas saíram nesse momento. Duas horas depois do início da festa, o carro de som, onde estava o levantador David Assayag e o apresentador Júnior Paulain, ainda estava no mesmo local, enquanto a multidão não saía do espaço.
Por volta de meia-noite, 10 mil pessoas ainda passavam pelas ruas ao redor do Bumbódromo. O boi passou cerca de uma hora esperando a multidão chegar para tentar dar continuidade à festa. Ainda nas proximidades do Bumbódromo, um novo carro de som entrou para preencher o buraco e silêncio que se deu por quase duas horas.
Os itens individuais - cunhã-poranga, pajé, sinhazinha da fazenda, porta-estandarte e rainha do folclore - não chegaram à metade do percurso. O '
pajé' Waldir Santana, além de se mostrar estressado com a imprensa e com os seguranças, desistiu antes mesmo da chegada ao redor do Bumbódromo. Tainná Valente, a sinhazinha, também abandou a caminhada se mostrando aborrecida.
A chegada na Catedral só aconteceu por volta de 1h da manhã, onde aconteceu um ensaio para milhares de torcedores. Mesmo com todos os problemas, a galera azul e branca soltou gritos de campeão e vibrou o tempo inteiro.
O verdadeiro 'Boi de Rua'
A festa é baseada na brincadeira de rua com os torcedores e, ontem, por conta da confusão, quase não se viu o Caprichoso evoluir para aqueles que fazem a fogueira e esperam a passagem do boi na frente das casas.
Diversas homenagens foram programadas para a noite. O primeiro presidente do bumbá, Alcinelcio Vieira, 70, era o principal homenageado e estava estampado na camisa oficial do evento. Hoje, como padrinho vitalício do '
Boi de Parintins', ele se disse feliz por conseguir ser homenageado ainda vivo.
Desde 1979, ele mantém a tradição de seguir o Capichoso pelas ruas de Parintins e é um dos '
lamparineiros'. "
Quando nós não tínhamos energia para ver o boi acendíamos as lamparinas para ajudar na passagem dele e assistir", contou ele sobre o significado das lamparinas que esse ano não conseguiram se fazer presente ao lado do boi por conta da multidão.
Quem também foi lembrada foi a ex-sinhazinha Karina Cid que ao lado de uma fogueira dançou a lado do boi Caprichoso com a foto da "
mãe-avó", Ednelsa Cid, descendente do fundador Roque Cid. "
Ela foi a primeira pessoa a fazer esse estilo de fantasia que temos hoje, ela fez a roupa de todos, viveu pra isso. Hoje nós damos continuidade ao trabalho dela e estamos todos trabalhando no boi", falou ela ao se referir a "
mãe-avó".