A última noite de apresentação do Caprichoso no festival 2012, emocionou, empolgou e coroou a nossa vitória.
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Parintins de tantos valores" celebrou a cultura do povo parintinense, através de nossas festanças, nossas danças, luzes e pajelanças. Nosso apresentador, Junior Paulain, entrou na arena representando o Artista Popular Autodidata, trazendo consigo o Toadeiro Parintinense, David Assayag, que já chegou emocionando ao som da toada '
O Meu Amor é Caprichoso'. Crianças da escolinha de artes se apresentaram, representando a marujadinha, a porta-estandarte, sinhazinha, cunhã poranga e o boizinho mirim. A mistura dos itens mirins com os itens adultos representou o antigo e o novo, a transmissão desse amor azul de geração pra geração.
O dono da festa, o boi Caprichoso, veio na alegoria que trazia a vaqueirada e diversas crianças também da escolinha de artes. No mesmo momento deu-se a aparição do amo do boi Caprichoso, Edilson Santana, representando o caboclo versador de boi-bumbá.
Ao centro da arena, já evoluía um boi Caprichoso gigante, que ganhou movimentos reais ao revelar a porta-estandarte do Caprichoso, Jeane Benoliel que já pisou na arena dançando com agilidade, beleza na dança e dando leveza aos movimentos do ousado e criativo estandarte em forma de estrela.
A celebração indígena representava os Filhos da Mundurucânia. O Pajé Waldir Santana surgiu do alto, incorporando os guerreiros indígenas que habitavam o grande território indígena, chamando de Grande Mundurukânia, aonde hoje repousam as penas de seus ancestrais, hoje vive a cultura popular de um povo alegre, que celebra e revive os guerreiros de outrora ao recriar suas lendas, místicas e rituais.
Durante esta apresentação, a bela cunhã-poranga Maria Azêdo surgiu no meio da galera, em uma cobra. A participação da cunhã fez a galera explodir na euforia que assegurou a vitória isolada em seu item. Um beija-flor gigante pegou a cunhã, que voou no bico do animal até o centro do Bumbódromo, onde fez sua evolução vitoriosa.
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Tapiraiauara', a lenda amazônica da noite, contou a estória dos caboclos do baixo amazonas, que ao pescar de forma indiscriminada, olhos assustadores surgiam nas profundezas escuras dos aningais para proteger animais aquáticos. Ao fim da representação da lenda, a rainha do folclore do Caprichoso, Brena Dianná, surgiu trazida por uma arraia gigante, em seguida, a rainha evoluiu com muita garra, empolgando ainda mais a arquibancada azulada.
No item de figura típica regional, o Caprichoso contou a história dos artesãos caboclos. Uma alegoria produzida por Jair Mendes levou para o Bumbódromo produtos como paneiros de miriti, peneiras de caraná, cestos, bolsas, entre outros. Os objetos mostravam a importância do artesanato local, que é vendido em todo o mundo. Na alegoria, mais uma vez destaque à futura geração do Caprichoso, alunos da escolinha de artes pintavam telas ao vivo, confeccionavam adornos, trançavam palhas. Professores da escolinha também estavam na alegoria, transmitindo conhecimento de forma real às nossas crianças!
Ao som da clássica toada '
Rostinho de Anjo', entrou na arena a doce sinhazinha da fazenda Thainá Valente. Com roupa que representava o artesanato caboclo, obra do figurinista Paulo Rojas, ela surgiu de dentro de um grande tipiti.
A última alegoria, assinada por Ozéas Bentes, representava o ritual indígena '
Mundurucu'. Com cabeças mumificadas, o ritual trouxe uma pitada de terror à apresentação. O pajé Waldir Santana participou do ritual, ao som da toada Nirvana Xamânico. A cunhã-poranga voltou a aparecer neste momento, em uma empolgante evolução ao lado do melhor pajé dos festivais!
Alegre, leve, organizado, contagiado com a energia da galera, o Boi Caprichoso se despediu da arena do Bumbódromo confiante na vitória.