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Tudo começa com o Conselho de Artes

04/05/2003, Peta Cid, direto de Parintins

O espetáculo mostrado pelos bumbás nos dias 28, 29 e 30 de junho, no Bumbódromo é um projeto que começa a ser montado por autodidatas da arte parintinense meses antes da grande festa. A sincronia de movimentos, organização, plasticidade, combinação de cores, perfeição nas estruturas e toda a ópera protagonizada por quase 3 mil brincantes é desenhada a partir da concepção de um grupo de pessoas, que exaustivamente discutem o projeto que o boi vai apresentar a cada ano.

O Boi Caprichoso ganhou uma equipe nova no Conselho de Arte em 2003 e começou a trabalhar cedo. Formado por artistas, folcloristas, pesquisadores, produtores e desenhistas é o Conselho de Arte o responsável pelo projeto de resgate das raízes e tradições que o bumbá quer mostrar neste Festival.

Com a nova dinâmica de trabalho da diretoria foi possível que em dezembro, o projeto do boi de arena estivesse praticamente pronto pelas mãos de Juarez Lima, Cyro Cabral, Edvan Oliveira, Otávio Muniz, Oséas Bentes, Jairzinho Mendes, Waldir Santana e Carlos Paulain. Na assessoria de pesquisa, Edvander Batista, Veramilton Almeida e Ronaldo Basi. A parte gráfica conta com a perfeição do desenhista Estêvão Gomes e na computação Adriano Jorge e Rafael Prado. São eles os criadores, os integrantes da equipe entusiasta que está cuidando dos detalhes, fiscalizando o a execução e ainda vai coordenar o espetáculo nas três noites de disputa.

O artista Juarez Lima, membro do Conselho, conta que os primeiros meses foram de trabalho duro, com dedicação exclusiva que obrigava a equipe a virar a noite. Em meio a computadores, pranchetas de desenho, lápis, grafites, compassos e muitos livros de pesquisas, o grupo viveu uma maratona nos meses de novembro, dezembro e janeiro. Nós fomos rigorosos no planejamento e agora podemos trabalhar com folga nos ajustes, explicou.

Juarez afirma que a principal função do conselho de arte é conseguir colocar na arena a proposta de apresentação do boi, que amadurece sempre no início do ano, quando os conselheiros começam a vislumbrar algumas idéias sobre o conceito que se quer mostrar no Festival.

Para Juarez foi gratificante o resultado do projeto que definiu a nova proposta do Caprichoso para os adereços, alegorias, fantasias, nomes das tribos, estilo de fantasias, as roupas dos itens individuais e a escolha das toadas.

Repetindo sempre a importância do tema deste ano, o conselheiro faz questão de manter sigilo sobre o conteúdo que será mostrado. Na verdade, o sigilo sempre foi o principal ingrediente da disputa acirrada entre os bumbás e faz parte da magia da festa.

Mas ele revela para a torcida que o resultado de toda essa dedicação poderá ser visto no Bumbódromo. Tudo aquilo que foi trabalhado com a equipe de pesquisadores, discutido com os desenhistas, folcloristas, será expressado nas três noites de apresentação, quando o bumbá azul e branco pretende traduzir na arena, a história de seus noventa anos de raízes e tradições na Amazônia.