Um dos momentos marcantes nas apresentações dos bumbás de Parintins é o show das tribos no Bumbódromo, momento em que as coreografias passam a ocupar lugar de destaque dando uma performance diferente aos ritos tribais.

O boi Caprichoso transformou esta encenação em um espetáculo à parte, com movimentos sincronizados e trabalhados de acordo com a temática apresentada a cada ano.
Ontem, no curral Zeca Xibelão, o ensaio das tribos mostrou que mais uma vez o bumbá promete fazer do item a sensação no Bumbódromo. Diferente do ano passado, em 2003 os ensaios estão reservados e os portões do curral Zeca Xibelão se mantém fechados.
Apostando na inovação, 300 brincantes vão compor o cenário humano que traduzirá na arena em forma de dança a brincadeira de boi-bumbá numa fusão dos elementos da floresta, explorando a diversidade étnica indígena fruto de migrações e conquistas que estabeleceram a base dos costumes do homem e do indígena amazônico.
Sem fugir da temática do Caprichoso '
90 Anos de Raízes e Tradições na Amazônia', as tribos incorporam os movimentos. Esse é um trabalho de dedicação da equipe de coreógrafos ao comando de Waldir Santana, formada por Jair Almeida, Irian Butel, Marcos Falcão, que estão juntos a quatro anos desenvolvendo encenações de encher
os olhos. A equipe ganhou reforço com Meiviane e Janderson.
Jair Almeida informa que o segredo está na experiência e na forma de conduzir os brincantes. Ontem, o coreógrafo Jair comandava os ensaios usando a técnica do passo a passo para chegar na seqüência de cada movimento. '
Nós treinamos e conseguimos alcançar em tempo recorde todos os números necessários para as três noites. O resultado é satisfatório porque os brincantes aceitaram a proposta do boi', avalia.
O coreógrafo disse que é importante dar atenção especial a cada brincante, demonstrar paciência, tranqüilidade e respeito. O resultado é a concentração nos ensaios, uma exigência da coordenação. Jair salienta que o sucesso obtido na arena também depende da seriedade com que os brincantes encaram a tarefa sabendo que precisam conquistar a nota máxima e a vitória para o bumbá.
A definição das coreografias passou pelo crivo do Conselho de Arte. As coreografias e os movimentos, tanto de palco, como de arena, foram elaborados por meio de pesquisas, com atenção para toadas, lendas e rituais.
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Estamos trabalhando dobrado para que essa comunicação corporal seja de fácil assimilação, mas transmitindo a mensagem da toada por meio da dança' explicou.
O segredo das tribos especiais, com cênica diferenciada é guardado a sete chaves. Os ensaios acontecem sempre a partir de 22h.