Terceirização dos currais é rejeitada.
28/01/2004, Jornal A Crítica
PARINTINS, AM - Os bumbás Garantido e Caprichoso disseram não à proposta de terceirização da festa realizada nos currais em Manaus. O que pesou na decisão, segundo os presidentes do Caprichoso, César Oliveira e José Walmir, do Garantido foi o apego à tradição. Em respeito àqueles que suaram a camisa e promovem ao longo dos anos a divulgação do boi de Parintins, decidimos não aceitar, justificaram. Pelo menos três empresas estavam interessadas em adquirir o espaço dos bois, no Sambódromo. A oferta que mais balançou os diretores dos grupos folclóricos foi o repasse de R$ 300 mil feita pela Amazon Fest.
Mesmo com os prejuízos nos caixas do Movimento Amigos do Garantido(MAG) e do Movimento Marujada(MM), nas últimas promoções, prevaleceu a raiz tradicional da brincadeira, que começou em Manaus, com o Bar do boi azul e branco, na TVlândia, no início da década de 80.
A decisão do Caprichoso foi anunciada pelo presidente na manhã de ontem, em um dos programas de Rádio, em Parintins. Na sexta-feira passada, José Walmir, reuniu-se com o MAG, em Manaus e a definição foi também a mesma.
Os currais do boi, no Sambódromo, começam logo após o carnaval. Diferentemente dos outros anos, Garantido e Caprichoso afinaram o discurso e chegaram a um acordo. Eles vão utilizar apenas o sábado, com promoções alternadas. O primeiro curral começa no dia 6 de março, com a festa do boi Garantido. No sábado seguinte, 13, o Bar do Boi, abre a temporada rumo ao bicampeonato. No acordo decidimos que o Garantido abre as promoções e nós encerramos a temporada, em Manaus, no dia 19 de junho, afirmou o presidente do Movimento Marujada, Raimundo Gato. Até o ano passado, o vermelho agitava a sexta-feira e o azul o sábado. As promoções, uma atrás da outra, vinham esvaziando os currais e o forró foi ganhando espaço nas casas de shows da cidade. Com mais folga para trabalharem, os Movimentos Culturais, prometem grandes produções e acrescentar novidades nos currais, além de um investimento arrojado na mídia para levar todos os sábados, ao Sambódromo, o público que deixou de freqüentar os eventos.