Diretoria da Beija-Flor na "Ilha"
07/03/2004, Jonas Santos/A Crítica
A mistura de boi-bumbá com o samba das escolas do Rio de Janeiro não poderia dar em outra coisa: o presidente da Beija-flor de Nilópolis, Farid Abraão David, e o diretor de Carnaval da escola, Luiz Fernando do Carmo, o Laíla, estarão em Parintins, em junho, para assistir ao Festival Folclórico, segundo revelou o artista Rossy Amoedo, um dos responsáveis pela confecção dos carros alegóricos da bicampeã carioca.
O samba enredo voltado para Manaus e a Amazônia levado para o Sambódromo do Rio este ano pela Beija-Flor, só foi possível graças a intervenção de um manauense adotivo que fez um lobby arrojado junto à alta cúpula da escola. O Neguinho da Beija-Flor foi fundamental. Ele apostou no tema. Passou a cantar o samba enredo nas escola para convencer a diretoria e disse que a música era muito mais fácil na linguagem popular. detalhou Amoedo.
Ainda com o brilho de confetes e serpentinas, o artesão chegou do Rio, na quarta-feira passada para descansar em Parintins (a 325 quilômetros de Manaus). Há três anos na Beija-Flor, já conquistou um vice-campeonato e os dois últimos títulos. Deus tem sido muito generoso muito generoso comigo, disse. De acordo com ele, a escola deu um salto de qualidade nos desfiles de 1999, quando foi formada as comissão de Carnaval - antes era apenas o carnavalesco que montava o espetáculo. Nos seis anos de trabalho da comissão a escola conquistou quatro vice-campeonatos e os dois títulos de campeã. O esquema, funcionou nos moldes do conselho de Artes, do Caprichoso e a comissão de Artes, do Garantido, grupos responsáveis pela concepção do boi de arena, exemplifica o artista.
O parintinense revelou que a emoção contagiou os amazonenses quando a Beija-Flor entrou na Sapucaí sob forte temporal. Estávamos naquele momento representando o Amazonas e nada poderia dar errado. Mostramos o amor pelas nossas raízes dagua. Não teve emoção maior, desabafou.
Rossy Amoedo, 26, que já foi apontado como o belo do boi, vai aproveitar mais esse mês de recesso e depois se dedicar ao Caprichoso, onde está incluído no grupo de elite. Em julho, está marcada a sua reapresentação, em Nilópolis. Ele admitiu o aumento do prestígio dos amazonenses, na Cidade Maravilhosa, mas, acrescentou que no carnaval de São Paulo, o percentual da mão de obra importada da terra do boi-bumbá é muito superior, relacionado ao Rio. Em Sampa, 70% das escolas contrataram os artistas de Parintins, acentuou. No carnaval carioca, a média de artistas que começou a trabalhar era de 16 pessoas.