Bumbás reconquistam o público
11/04/2004, Enock Nascimento
A Noite da Imprensa, tema do ensaio dos bumbás Garantido e Caprichoso na noite de sábado, no Sambódromo coincidiu com o registro do maior público presente em eventos já realizados em Manaus este ano. De acordo com os organizadores, quase nove mil pessoas bailaram na festa. A média de público, até então, era de cinco a seis mil pessoas. A homenagem à imprensa foi organizada pelos movimentos Amigos do Garantido e Marujada de Guerra para celebrar a parceria com os profissionais da mídia, a quem os bois atribuem boa parte do sucesso do Festival Folclórico de Parintins.
Uma grande demonstração do amor dos jornalistas pelos bumbás é a dedicação das assessoras de imprensa dos Movimentos de Caprichoso e Garantido. Apenas a paixão pelo bumbá do coração justifica abdicar da vida pessoal nos fins de semana durante quatro meses para realizar de forma voluntária e não remuneradas tarefas como sugestões de pauta, apresentar entrevistados, municiar de informações e ciceronear jornalistas de outro país e outras cidades. As jornalistas Marilza Mascarenhas e Mônica Santaella afirmam ter-se enamorado pelo boi da estrela há mais de 16 anos, em tempos pré-Bumbódromo de Parintins. Marilza, desempenha o papel de assessora do Movimento Marujada desde 1998, e tem seu empenho pelo boi comparado pela mãe ao de um viciado.. Mônica há dois anos retornou ao movimento e hoje organiza também atrações de palco do Caprichoso. Nunca tivemos problema com a Imprensa. Temos algum trabalho para convencer participantes do Movimento que não há favoritismo na cobertura. Duas fotos pequenas do Caprichoso e uma grande do Garantido, por exemplo, jornalisticamente significa o mesmo espaço, detalha, Mônica. A novata, mas não menos apaixonada é Marcia Costa Rosa, que há quatro sábados é assessora do Garantido por indicação dos jornalistas do Caprichoso. Paulista, ela afirma que uma das maiores emoções que já experimentou foi causada pela apresentação do Garantido no Festival em 1998. Seu trabalho na assessoria das sete edições do Boi Manaus contribuiu para estreitar laços com o público dos bois. Márcia concorda com os colegas sobre o fato de que a função abre portas para oportunidades e contatos profissionais. Nenhum jornalista local é contra determinado boi, ele pode até não gostar de toadas, mas quer contribuir com a divulgação da maior manifestação artística e cultural do Estado, frisa.