Bumbás investem na ação social
22/05/2004, Jornal A Crítica
A cidade que vive e respira o boi-bumbá fica mais alegre nas manhãs de domingo e segunda-feira. No começo da semana, Thiago, de 7 anos, sabe que além das tarefas da escola tem um compromisso, as 15h, ao qual não pode faltar. O menino é um dos 280 integrantes da batucada mirim do boi Garantido do projeto social "Batuqueirinhos da Baixa", lançado este ano pela diretoria do bumbá.
Denise tem 10 anos e com muita facilidade consegue levar uma toada do boi Caprichoso no seu violão. Ela não se intimida com outros meninos da oficina de música da escolinha de Artes do boi Caprichoso que estão por lá há mais tempo. Diz que entrou na escola, por que queria tocar e cantar as toadas do seu boi. "Sempre quis tocar violão, achava bonito e agora estou aqui", confessa a menina na escola Irmão Miguel de Pascalle. As matrículas para estas escolinhas, quando anunciadas pelas rádios locais, encerram-se no mesmo dia. A direção dos dois bumbás reconhecem que não tem como atender toda a demanda. No São José, o projeto social com os batuqueirinhos é dirigido pelo coordenador Ivo Monteverde, neto do fundador do boi Garantido, Lindolfo Monteverde. "Os recursos para manter o projeto vêm das promoções da própria batucada. Estamos em busca de patrocinadores", revela. Segundo ele, a idéia é manter o programa em atividade por seis meses durante o ano. Um outro programa também atende as crianças. É o Garantido Jovem Mirim, onde os meninos e meninas participam das oficinas de dança e artes cênicas.
O Caprichoso criou uma fundação e está tocando desde 1997 o seu projeto social. A diretora da escola, Graça Assayag, disse que 5% dos recursos arrecadados pelo grupo folclórico são destinados às atividades da escolinha, que emprega 30 professores, divididos em 26 oficinas de trabalho.
A escolinha do Caprichoso oferece capoeira, oficinas de colagem, artesanato em madeira e cartolagem, entre outras atividades sócio-educativas para a galerinha azul e branca. A aprovação é geral e pode ser medida pelo índice quase zero de ausência dos alunos.
