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Quatorze parintinenses trocaram neste último final de semana a tranquilidade da Ilha de Tupinambarana pela aventura. Eles por inciativa própria realizaram um enduro de moto em plena selva amazônica indo de Parintins a Santarém, num percurso de pouco mais de 300 quilômetros, enfrentando terreno adverso através das trilhas. O enduro, o segundo já realizado neste ano no mesmo percurso tem por objetivo chamar a atenção das autoridades do Amazonas e Pará diante da necessidade de construir uma estrada ligando Parintins, Juriti Novo e Santarém.

Segundo o presidente dos Gaviões Motoclube de Parintins, Pedro Antônio Ferreira de Freitas, 44, o grupo saiu de Parintins às 7 horas da manhã de sexta-feira. Da sede eles seguiram de balsa até a Vila Amazônia. A partir daí eles enfrentaram uma trilha irregular com erosão, extensões com lama, obstáculos como troncos de arvóres, além de uma série de imprevistos.

A primeira parada do enduro foi na comunidade de Galiléia, já no estado do Pará, município de Juriti Novo. Eles chegaram em Santarém às 2h15 da madrugada de sábado, seguindo para a localidade de Altés do Chão, famosa por suas praias fluviais do rio Tapajós.

"A maior dificuldade é grande erosão em consequência das chuvas e muita lama, além de acidentes, tombos e outras coisas que aconteceram", afirmou Pedro Antônio. Ele próprio foi vítima de acidente, ao bater a perna em um tronco de árvore. Mesmo machucado conta que pilotou por quase 100 quilômetros.

Um outro enduro foi feito recentemente. Desta vez foram motoqueiros de Santarém, recepcionados em Parintins pelos seus colegas dos Gaviões. Neste enduro os parintinenses receberam a retribuição da hospedagem e alimentação de seus colegas paraenses.

Cada um, conta Pedro, se esforçou em participar do enduro, contando com pequenas colaborações de empresas locais e do prefeito de Parintins, Enéas Gonçalves.

Para Pedro Antônio falta vontade política dos governadores em abrir a estrada, muito importante para a população da região. Parintins recebe forte influência das vizinhas cidades paraenses inclusive no campo da cultura. Nas cidades de Juriti Novo, Terra Santa e Santarém, existem ramificações dos bumbás Caprichoso e Garantido.

Estreante

O comerciante Gleidson Rosas Machado, 27, proprietário da maior rede de farmácias em Parintins, co-patrocinadora do enduro, se mostrou eufórico ao chegar em Parintins, apesar do cansaço pelo esforço empreendido. "Foi uma experiência muito emocionante, com muito trabalho, pista muito lisa, muito pneu de moto furado e muito tombo. Nóis caímos bastante", contou. "Nós andamos mais de seis horas com pneu furado e câmara para comprar. Só conseguimos quando chegamos em Juriti", acrescentou. Os motoqueiros utilizaram motos Titãs, XL, XLR, Tornado e Shaara.

O grupo empreendeu a viagem de volta saindo às 15 horas de Santarém. Eles chegaram em Parintins pouco depois das 17 horas. Chamando a atenção através das buzinas, motos e roupas sujas de lama, o grupo encerrou na aventura em frente ao local mais famoso e reverenciado em Parintins: a matriz de Nossa Senhora do Carmo, padroeira dos parintinenses.